Farmácia Clínica, Farmácia Hospitalar e Análises Clínicas e Toxicológicas estiveram em pauta na palestra do dia 2 de fevereiro
São Paulo, 3 de fevereiro de 2012.
Na quinta-feira, 2 de fevereiro, outras três importantes áreas foram abordadas por especialistas que mostraram aos participantes das palestras na sede do CRF-SP. Farmacêuticos que atuam em Farmácia Clínica, Farmácia Hospitalar e Análises Clínicas e Toxicológicas contaram sobre suas experiências na vida profissional.
Farmácia Clínica
Dra. Solange Brícola, farmacêutica clínica no Hospital das clínicas em São Paulo e coordenadora da Comissão de Farmácia Clínica do CRF-SP, traçou um panorama sobre a área e sobre o perfil do farmacêutico que pretender atuar neste campo. "A Farmácia Clínica é o envolvimento direto com a equipe e com o paciente. O grande diferencial da área é essa relação direta. É a atenção farmacêutica”.
Alguns itens são essenciais para o farmacêutico nesta área como sólidos conhecimentos em fisiopatologia / farmacoterapia, uma mente investigativa (nexo causal), o acesso à informação de qualidade (literatura atualizada), habilidade de comunicação e de avaliação das situações e disponibilidade de educação permanente.
Dra. Solange ressaltou que o principal desafio da área está na quebra de paradigmas. “Nós, farmacêuticos, temos que lutar por uma valorização, por uma visibilidade pela sociedade. Nos EUA, os farmacêuticos estão sempre entre os cinco profissionais reconhecidos pela população reconhecidos pela prestação de serviços”.
O campo está aberto ao farmacêutico clínico. “Se observarmos o envelhecimento dos brasileiros temos um campo enorme para trabalhar. Em 2025 seremos a sexta população mais idosa do mundo. É um terreno imenso, já que o paciente irá fazer uso de polifarmácia”. Apesar dessa possibilidade, dra. Solange destacou que não há profissionais na área. "Onde estão os farmacêuticos clínicos? A capacitação é um problema crítico. Há muitas vagas para serem preenchidas".
Farmácia Hospitalar
A área foi abordada por dr. Fabio Teixeira Ferracini, Responsável Técnico pela Farmácia do Hospital Israelita Albert Einstein, que iniciou sua apresentação com um dado coletado em um estudo que aponta o uso de 14 mil doses de medicamentos por uma pessoa ao longo da vida.
Dr. Fabio alertou sobre os erros de medicação, que por diversas vezes, tem levado risco aos hospitais e destacou o trabalho junto ao paciente. “Estamos começando um trabalhado em que o farmacêutico orienta o paciente quanto ao uso de medicamento dentro do quarto”.
Um dos pontos principais da carreira de dr. Fabio foi quando voluntariou-se para ser o primeiro farmacêutico a ir para o Haiti, dias após o terremoto. “Organizamos os medicamentos em ordem alfabética, colocamos wireless e já era possível dispensar o medicamento com código de barra. Portanto, dispensar com segurança é possível em qualquer situação”. A experiência trouxe aprendizado para a vida toda. “No Haiti aprendi a dividir, a dividir o que não tenho, portanto, o espírito de equipe é fundamental sempre".
Análises Clínicas e Toxicológicas
O professor associado da Faculdade de Saúde Pública da USP, dr. Sérgio Colacioppo, iniciou a palestra com um diálogo que teve com um professor na faculdade. “Perguntei porque eu tinha que decorar todas aquelas fórmulas e não seria melhor entendê-las. E a resposta dele foi que a faculdade não tinha nenhuma responsabilidade sobre o que eu faria com o meu diploma. Então, eu decorei, mas não me contentei. Terminei a graduação e fui ser professor da pós-graduação”.
Para ele, o fundamental das aulas é mostrar tudo na prática, afinal é necessário aprender e não decorar. Dr. Sérgio falou sobre aspectos fundamentais para realizar-se na profissão. “Sabe qual a chave para o sucesso? Ame a sua profissão, tenha orgulho de dizer que é farmacêutico, siga o Código de Ética, dedique-se integralmente, não faça nada pela metade e tenha ambição”.
Outro campo que aparece como oportunidade ao farmacêutico é o envolvimento com a saúde do trabalhador, ao integrar uma equipe de saúde em geral, ou uma equipe de saúde do trabalhador, pode se envolver com o ensino, com a pesquisa, na direção e gerência. “Na sua própria função, o farmacêutico pode estar exposto aos riscos ambientais”.
Thais Noronha
Assessoria de Comunicação CRF-SP