Relatório JIFE 2013 indica que abuso de medicamentos supera o de drogas ilícitas

Relatório anual da JIFE 2013 foi lançado na terça-feira, 5/03Relatório anual da JIFE 2013 foi lançado na terça-feira, 5/03São Paulo, 5 de março de 2014.

O consumo abusivo de medicamentos vendidos com prescrição médica aumenta no mundo e representa uma ameaça crescente para a saúde pública. Esse alerta está no relatório anual divulgado pela Junta Internacional de Fiscalização de Entorpecentes (Jife) ou Internacional Narcotics Control Board (INCB) na terça-feira, 4/3, em Viena, Áustria. A Junta Internacional de Fiscalização de Entorpecentes (Jife) é um órgão de fiscalização independente para a implementação das Convenções Internacionais das Nações Unidas de controle de drogas. Foi estabelecida em 1968 de acordo com a Convenção de Drogas de 1961.

O relatório destacou que o uso abusivo de medicamentos se intensificou em todas as regiões, superando a taxa de consumo de drogas ilícitas, no entanto a Jife não informou quais são esses países. A Junta observa que o aumento da prevalência de abuso de medicamentos tem sido impulsionado, em grande medida, pela ampla disponibilidade desses medicamentos, bem como pelas percepções errôneas de que medicamentos são menos suscetíveis ao abuso do que drogas ilícitas. O problema é ainda agravado pelo uso destes medicamentos sem prescrição para automedicação.

O ambiente familiar é a principal fonte de medicamentos que não são mais necessários ou utilizados para fins médicos, posteriormente desviados para o abuso. Pesquisas sobre prevalência de abuso realizadas em vários países revelaram que uma percentagem significativa das pessoas que abusam de medicamentos recebeu pela primeira vez de um amigo ou membro da família que o havia adquirido legalmente.

A Jife ressalta que o abuso de medicamentos é uma ameaça grave e crescente para a saúde pública na América do Norte, que é a região com a maior taxa de mortalidade relacionada a drogas no mundo e que as mulheres consomem mais que os homens.

A Jife reitera que qualquer estratégia global destinada a combater o problema do abuso de medicamentos também deve abordar as causas do excesso da oferta de medicamentos prescritos, incluindo a distribuição de receitas de forma exagerada pelos médicos, a prática de ir a vários médicos para conseguir diversas prescrições e o controle inadequado sobre a emissão e preenchimento de prescrições.

Venda pela internet

No capítulo referente ao abuso de drogas lícitas, a junta chama atenção para a venda ilegal de medicamentos pela internet, algo que cresce conforme aumenta o acesso da população à rede.
Segundo a Jife, vários países da Europa e da América do Norte realizam campanhas regulares, muitas vezes na própria web, para informar o público sobre os perigos potenciais de encomendar produtos farmacêuticos pela internet. Alguns desses sites inclusive têm ferramentas para ajudar o consumidor a verificar se a empresa em questão existe e é idônea. Alguns também têm espaço para denúncias.

Opioides

O relatório destacou também o abuso de tramadol, opiáceo utilizado como analgésico e que gera dependência, problema que já havia sido ressaltado no relatório de 2012. Mais de 30 países (dos 80 que participaram do levantamento) reportaram o uso recreativo da substância. E os índices vêm aumentando em 12 deles. Para a Jife, é importante que o medicamento seja rigidamente controlado em todos os países.

Dados brasileiros

Em todo o relatório há apenas menção ao Brasil, mas sem dados estatísticos, já que o país faz parte das nações que não enviaram o relatório anual com estatísticas sobre substâncias psicotrópicas antes do prazo de 30 de junho 2012. Entre os países que não enviaram os dados estão justamente os que mais produzem, importam e exportam essas substâncias, como Austrália, Brasil, Canadá, China, França, Alemanha, Índia, Japão, Holanda, Paquistão e Estados Unidos.

Segundo a Jife, a apresentação tardia ou a não apresentação de relatórios estatísticos torna difícil para a Junta monitorar as atividades lícitas que envolvem substâncias controladas e atrasa a análise sobre a disponibilidade mundial de tais substâncias para propósitos legítimos.

 

Clique aqui e confira as referências ao Brasil no Relatório Jife 2013


Clique aqui e acesse o Relatório Jife 2013 na íntegra (espanhol) e (inglês).

 

Thais Noronha

Assessoria de Comunicação CRF-SP (com informações Agence France-Presse, portal United Nations Office on Drugs and Crime)

CLIQUE AQUI PARA CONSULTAR OUTRAS NOTÍCIAS

 

 

Conteúdo acessível em libras usando o VLibras Widget com opções dos Avatares Ícaro ou Hozana. Conteúdo acessível em libras usando o VLibras Widget com opções dos Avatares Ícaro ou Hozana.