Experimento com cobaias liga transtorno psiquiátrico a sonho

Experimento com cobaias liga transtorno psiquiátrico a sonhoExperimento com cobaias liga transtorno psiquiátrico a sonhoSão Paulo, 23 de agosto de 2013

A esquizofrenia é um transtorno psiquiátrico que em muitos aspectos lembra o estado onírico, gerando ideias desconexas e alucinações, e um estudo com ratos acaba de revelar como essa confusão acontece no cérebro.

A descoberta saiu de uma pesquisa realizada pelo Instituto do Cérebro da UFRN (Universidade Federal do Rio Grande do Norte), que desenvolveu um método para gravar impulsos elétricos no sistema nervoso de ratos, e criou um modelo para estudar a esquizofrenia em cobaias.

Reproduzir esses transtornos psiquiátrico em animais sempre foi um desafio. Como saber se um animal tem algo similar à esquizofrenia sem poder perguntar a ele se está alucinando e sem poder avaliar sintomas clínicos como a fala confusa e paranoia?

Para estudar o problema em ratos, os cientistas de Natal injetaram nos animais o anestésico quetamina, que em pequenas doses é conhecido por induzir delírio e sintomas psicóticos.

Depois, mediam as "ondas cerebrais" geradas pelas variações de impulsos elétricos, enquanto analisavam o comportamento dos animais.

Obviamente, o rato não tinha como dizer se estava sonhando ou tendo alucinações, mas o padrão de ondas cerebrais encontrado estava alterado, como no sono REM, o momento do sono associado aos sonhos.

O resultado --que analisou ondas cerebrais do hipocampo, estrutura cerebral importante para a memória e a consciência-- corroborou uma suspeita que já existia. Psicólogos já enxergavam semelhança entre o estado onírico e o tipo de alucinação que ocorre em esquizofrenia.

O estudo da UFRN, saiu na "Scientific Reports”. 

Macacos

Um outro trabalho semelhante ao dos brasileiros, publicado no periódico "PNAS", descreve nesta semana um experimento semelhante, no qual a quetamina foi administrada em macacos resos.

Foi descoberto um outro desvio nas ondas cerebrais dos animais. Desta vez, a anomalia estava associada à dificuldade que os animais tinham para se deixarem atrair por estímulos sonoros, e depois manterem atenção neles.

Uma das inovações aplicadas foi uma touca de encefalografia adequada para que se possa comparar o cérebro símio com o humano, algo essencial para estudar o transtorno.

De acordo com os pesquisadores do Instituto Salk, de San Diego (EUA),  um modelo animal melhor pode ser usado em investigação pré-clinica e para se desenvolver novas terapias.  Segundo os cientistas, muitas empresas farmacêuticas já os têm contatado precisamente por isso.


Assessoria da Comunicação CRF-SP (Com informações da Folha de S.Paulo)

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