Profissionais da área hospitalar e um especialista jurídico discutem as responsabilidades relacionadas aos erros de medicação

 

 

Público do Painel Erros de Medicação, no Senac TiradentesPúblico do Painel Erros de Medicação, no Senac Tiradentes

São Paulo, 5 de dezembro de 2012

A ocorrência de erros de medicação durante o exercício de profissões ligadas à saúde, especialmente em hospitais, pode provocar diversos danos ao paciente. As responsabilidades relacionadas a essas falhas também variam de acordo com o grau de dano provocado. Com o objetivo de discutir o tema e buscar alternativas para a redução de ocorrências desta natureza, o CRF-SP promoveu o Painel Erros de Medicação – Responsabilidade Multiprofissional, em 03 de dezembro, no auditório do Centro Universitário Senac – unidade Tiradentes.

O evento trouxe especialistas médicos, enfermeiros, farmacêuticos e um advogado que falaram sobre as diversas formas de erros que infelizmente ainda ocorrem e das medidas que cada área profissional pode adotar visando a promoção da segurança em todos os momentos do tratamento, desde a prescrição, passando pela dispensação e na aplicação dos medicamentos. 

O tema é amplamente discutido nos serviços de saúde desde o ano 2000, quando foi publicado o projeto "To err is human", um levantamento feito pelo Institute of Medicine (IOM), uma entidade não governamental dos Estados Unidos, que verificou que muitas mortes relacionadas a erros médicos poderiam ser evitadas. O estudo estimou, naquele período, que ocorriam entre 44 mil e 98 mil mortes anuais no país devido a erros na assistência à saúde, a oitava causa de morte nos EUA.

 

Esq. p/ dir: dra. Denise Semeão, dra. Cristina Lasevicius e  dr. Gustavo Santos Esq. p/ dir: dra. Denise Semeão, dra. Cristina Lasevicius e dr. Gustavo Santos

“Daí em diante, apurou-se as questões envolvidas com os erros provocados pelos profissionais de saúde, não somente pelos médicos, mas em toda a cadeia do atendimento”, explicou o dr. Gustavo Alves dos Santos, coordenador da Comissão Assessora de Farmácia Hospitalar do CRF-SP e um dos idealizadores do painel.

O dr. Pedro Menegasso, presidente do CRF-SP, deu as boas vindas aos presentes e parabenizou a Comissão de Farmácia Hospitalar pelo empenho em realizar o Painel de Erros de Medicação. "Vamos sempre incentivar este tipo de iniciativa porque valoriza a profissão e proporciona o avanço da nossa atividade". Também prestigiaram o debate  o dr. Marcos Machado, diretor-tesoureiro, dra. Priscila Dejuste, secretária-geral, e dra. Raquel Rizzi, vice-presidente.

O palestrante médico foi o dr. Max Grimberg, do Institudo do Coração, que em sua apresentação abordou o tema segurança na prescrição de medicamentos. Ele explicou que a variedade de medicamentos hoje disponíveis, decorrentes das inovações farmacêuticas, promovem benefícios aos pacientes, mas também ampliam a possibilidade de erro e efeitos adversos. Chamou a atenção ainda para as condutas que devem ser adotadas para prescrições mais seguras.

Dir. p/ esq: dr. Pedro Menegasso, dr. Marcus Elidius e dr. Max GrimbergEsq. p/ dir: dr. Max Grimberg, dr. Marcus Elídius e dr. Pedro Menegasso

A farmacêutica, dra. Denise Barbosa Semeão, do Hospital Beneficência Portuguesa, lembrou  que o medicamento é a tecnologia mais utilizada nos sistemas de saúde e enumerou os cuidados que os profissionais precisam tomar na dispensação.

As medidas que poderiam evitar erros no processo de dispensação em hospitais foi o tema  da representante da classe da enfermagem, dra. Cristina Lasevivius, coordenadora do curso superior de tecnologia em gestão hospitalar do Centro Universitário Senac. Ela chamou a atenção para importância da a redução do número de pacientes atendidos por enfermeiros, além de se adotar medidas que antecipem eventuais ocorrências.

As responsabilidades éticas e legais daqueles profissionais que provocam danos a pacientes em decorrência de falhas na prescrição, dispensação ou aplicação de medicamentos foram debatidas pelo assessor juríidico do CRF-SP, dr. Marcus Elídius. “Alegar que errou por causa de más condições de trabalho não exime a responsabilidade. Poderá, sim, atenuar a pena”, chamou a atenção.

 

Carlos Nascimento
Assessoria de Comunicação CRF-SP 

 

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