Pesquisadores americanos descobrem anticoncepcional que funciona em ratos machos. Estudo é considerado avanço para a criação da pílula masculina 

 


Pesquisadores americanos descobrem anticoncepcional que funciona em ratos machos. Estudo é considerado avanço para a criação da pílula masculina  Pesquisadores americanos descobrem anticoncepcional que funciona em ratos machos. Estudo é considerado avanço para a criação da pílula masculina São Paulo, 20 de agosto de 2012

Pesquisadores da Escola de Medicina de Harvard e da Faculdade de Medicina de Baylot, nos Estados Unidos, descobriram que uma pequena molécula chamada JQ1 consegue provocar um efeito anticoncepcional em camundogos e ratos machos. A intenção é que o experimento possa ser reproduzido em humanos. A pesquisa foi publicada em uma das principais revistas científicas do mundo, a "Cell".

De acordo com o estudo, a molécula JQ1 trava o desempacotamento do DNA das células que estão virando espermatozoides, impedindo que os genes sejam ativados. A ação subverte o processo de produção de gametas ligando-se à BRDT, uma proteína envolvida na execução da remodelação da cromatina do espermatozoide. 

O estudo foi realizado ao longo de 18 meses. Em comparação com os animais do grupo de controle (que não foram submetidos à terapia), os camundongos que receberam a molécula JQ1 injetada ou administrada oralmente apresentaram uma contagem de esperma menor e motilidade baixa, ou seja, os espermatozoides se moviam muito menos. Isso tornou-os incapazes de procriar, apesar de a copulação ter se mantido normal. 

A infertilidade, no entanto, foi temporária. Assim que os animais pararam de receber o composto, eles voltaram a produzir espermatozoides normalmente, gerando filhotes normais. A substância também não mexeu com os hormônios sexuais, como a testosterona. Por isso, o interesse sexual, bem como a capacidade de cortejar fêmeas e copular com elas, ficou intacta nos roedores usados como cobaias.

Os autores acreditam que a JQ1 possa ser usada na produção de um método contraceptivo masculino. Como as moléculas são pequenas, elas têm ainda um grande potencial para serem utilizadas em formato de pílulas, como as ingeridas  pelas mulheres.

No entanto, de acordo com o urologista do Hospital Sírio-Libanês, Jorge Hallak, ainda será preciso esperar muito tempo até o anticoncepcional masculino ser visto nas prateleiras das farmácias, já que o desenvolvimento de uma pílula para o homem só é aceitável se o método contar com 100% de eficácia e 100% de reversibilidade. 

“Essa terapia foi feita em ratos e não em humanos. É possível que funcione, mas precisamos considerar que do rato para o ser humano são 5 milhões de anos de evolução. Considero que eles estão no caminho certo, mas ainda não chegaram lá”, pondera Hallak. Segundo ele, também precisa ser considerado o polimorfismo genético das populações, ou seja, as alterações genéticas observadas em humanos. “Pode ser que no europeu funcione bem, mas no brasileiro nem tanto.



Assessoria de Comunicação CRF-SP (Com informações da Folha de S. Paulo)

 

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