Seminário discute o impacto da normativa sobre retenção de receita dois anos após a implementação 


 

Seminário discute o impacto da normativa sobre retenção de receitaSeminário discute o impacto da normativa sobre retenção de receita
Seminário discute o impacto da normativa sobre retenção de receita

São Paulo, 18 de agosto de 2012.

Mais de cem farmacêuticos acompanharam no auditório da Universidade Paulista (Unip Vergueiro), na capital, o Seminário: Avaliação dos Impactos da Restrição na Venda de Antimicrobianos: dois anos de regulamentação, que também foi transmitido ao vivo pela internet. As discussões intensas giraram em torno da prática diária em relação à prescrição e dispensação de antibióticos e da resistência bacteriana.

Os palestrantes foram unânimes em destacar a aprovação da RDC 20/11, no entanto a norma deve vir acompanhada por uma série de medidas que também contribuirão para a diminuição da automedicação, prescrição adequada e consequentemente a redução da resistência bacteriana. Outro destaque foi a importância do fracionamento dos antibióticos para que seja dispensada a quantidade exata do medicamento para atender a necessidade de cada paciente.

Para dr. Pedro Menegasso, o CRF-SP tem sido pioneiro nessa discussão. "Temos adotado uma postura construtiva em busca do uso racional de antimicrobianos e combate a resistência bacteriana, evidenciando o trabalho do farmacêutico". 

 Debate

 Atualmente o Brasil ocupa a 6ª posição no mercado mundial de medicamentos, conforme destacou dr. Lauro Moretto, vice-presidente do Sindusfarma. “Achou-se que a retenção de receita pudesse reduzir a quantidade de antibióticos vendidos, o que aconteceu apenas nos primeiros meses, logo o consumo voltou ao normal”.  

Mais de cem farmacêuticos participaram do Seminário em São PauloMais de cem farmacêuticos participaram do Seminário em São Paulo
Mais de cem farmacêuticos participaram do Seminário em São Paulo

Os palestrantes também foram enfáticos ao ressaltar a necessidade de criação de uma normativa sobre algo que já era regulamentado, mas nem sempre era cumprido, ou seja, a dispensação de antibióticos mediante receita.

Para dr. Moretto o procedimento é muito lento e detalhista. “É preciso criar algo mais atualizado, mais veloz”.

Dr. Lauro Moretto, Sindusfarma falou sobre o impacto no setor industrialDr. Lauro Moretto, Sindusfarma falou sobre o impacto no setor industrial


 Setor regulatório 

Dra. Maria Eugênia Cury, da Anvisa enfatizou a necessidade de revisão da RDC e anunciou em primeira mão uma audiência pública em setembro para discutir sobre a questão dos medicamentos no país, inclusive os antimicrobianos. 

Dra. Maria Eugênia Cury, Anvisa falou sobre o setor regulatório Dra. Maria Eugênia Cury, Anvisa falou sobre o setor regulatório
Dra. Maria Eugênia Cury, Anvisa falou sobre o setor regulatório

Outras medidas 

A revisão das apresentações de antibióticos, assim como o fracionamento de medicamentos foram propostos por dr. Pedro Menegasso à representante da Anvisa, tendo em vista que a quantidade de medicamentos na embalagem não corresponde ao tratamento prescrito e pode estimular a automedicação por conta das sobras. 

Uma revisão na forma de prescrição dos antimicrobianos foi a proposta da médica infectologia Dra. Luciana Galvão ao sugerir que os prescritores devem deixar de fazer a prescrição monótona, ou seja, sempre prescrever o mesmo antimicrobiano. “É preciso prescrever outras classes”. 

A médica infectologista dra. Luciana de Lima Galvão falou sobre a avaliação dos prescritoresA médica infectologista dra. Luciana de Lima Galvão falou sobre a avaliação dos prescritores
A médica infectologista dra. Luciana de Lima Galvão falou sobre a avaliação dos prescritores

 As bactérias sobrevivem há 4 milhões de anos, por isso o desafio hoje é conviver com elas e não tentar matá-las, esse foi um dos pontos da palestra do dr. Fernando Fiol, reitor da Universidade Sorocaba, Uniso, que também apresentou a avaliação do Grupo Técnico de Antibióticos do CRF-SP. Dr. Fiol foi enfático ao dizer que a resistência bacteriana é multifatorial e somente a restrição na venda não irá resolver: “30% do problema está na dispensação inadequada. 70% na prescrição errônea”. 

O reitor da Uniso apresentou dados sobre a percepção dos farmacêuticos a respeito dos antimicrobianosO reitor da Uniso apresentou dados sobre a percepção dos farmacêuticos a respeito dos antimicrobianos

Uma pesquisa realizada pela Uniso, por meio do portal do CRF-SP, ouviu a opinião de 880 farmacêuticos e 80% deles se mostraram a favor da medida de retenção. No entanto, a grande maioria acha que a medida não deveria controlar os medicamentos de uso tópico. 

O Seminário foi encerrado por uma mesa de discussões moderada por dr. Marcos Machado, diretor-tesoureiro, que resultou numa série de questionamentos aos palestrantes. Dra. Priscila Dejuste, secretária-geral, diretores regionais e conselheiros também acompanharam o evento que foi transmitido ao vivo pelo portal do CRF-SP e redes sociais.   

 

Dr. Marcos Machado (centro) foi o mediador do debate ao final do eventoDr. Marcos Machado (centro) foi o mediador do debate ao final do evento

 

 

Thais Noronha 

Assessoria de Comunicação CRF-SP

 

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