Cientistas utilizam energia solar e CO2 e desenvolvem medicamentos nos Estados Unidos

 

As florestas de nanofios capturam os fótons da luz solar, gerando elétrons que são usados para fixar o CO2, iniciando uma série de reações em cadeia que produzem os elementos básicos de medicamentos analgésicos e anti-inflamatórios. [Imagem: Angewandte Chemie]As florestas de nanofios capturam os fótons da luz solar, gerando elétrons que são usados para fixar o CO2, iniciando uma série de reações em cadeia que produzem os elementos básicos de medicamentos analgésicos e anti-inflamatórios. [Imagem: Angewandte Chemie]

São Paulo, 12 de julho de 2012.

Utilizando a nanotecnologia, cientistas da Universidade de Boston, nos Estados Unidos, construíram um dispositivo que usa a energia solar para produzir medicamentos. O processo é uma espécie de fotossíntese artificial, que várias equipes estão tentando desenvolver para produzir hidrogênio ou eletricidade.

Os pesquisadores Dunwei Wang e Kian Tan fizeram usaram a energia captada da luz do Sol para induzir reações químicas capazes de sintetizar os componentes básicos de um analgésico e um anti-inflamatório.

Seletividade

Segundo os pesquisadores, a técnica possui a seletividade necessária para produzir compostos orgânicos intermediários necessários para produzir não apenas produtos farmacêuticos, mas também outras substâncias da química fina, de alto valor agregado.

"Há um benefício gigantesco na possibilidade de usar dióxido de carbono e luz para alimentar reações da química orgânica. Isso vai permitir eliminarmos a etapa intermediária de uso de derivados de combustíveis fósseis, substituindo-os pela luz do Sol," disse Kian Tan.

Ataque ao dióxido de carbono

Durante a fotossíntese, as plantas capturam a luz do Sol e usam essa energia e o dióxido de carbono para alimentar as reações químicas das quais dependem para viver.

Os pesquisadores usaram uma malha de nanofios de silício como célula solar. Os elétrons liberados pelos átomos nos nanofios são transferidos para as moléculas orgânicas para induzir as reações químicas. Na demonstração, os elétrons atingiam acetonas aromáticas, que se tornavam ativas, "atacando" e se ligando às moléculas de dióxido de carbono.

A seguir, depois de fixado o CO2, o sistema gera ácidos αhidroxi, que permitiram a criação dos precursores do ibuprofeno e do naproxeno. "O esquema de reação lembra muito de perto a fotossíntese natural, e apresenta um rendimento de 98% e alta seletividade," disseram os pesquisadores.

O feito mereceu a capa da edição de Julho da renomada Angewandte Chemie.
 

Assessoria de Comunicação CRF-SP (com informações do site Inovação Tecnológica)

 

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