Farmacêuticos e demais profissionais de saúde lotam Simpósio no Congresso Anad
São Paulo, 31 de julho de 2023
O mais recente relatório da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), lançado em novembro de 2022, mostrou que ao menos 62 milhões de pessoas vivem com diabetes nas Américas, número que deve ser ainda maior, já que cerca de 40% das pessoas não sabem que têm a doença.
De acordo com o relatório, o número de pessoas com diabetes na região poderá chegar a 109 milhões até 2040. Nesse contexto, o farmacêutico aparece com um dos profissionais fundamentais que compõe a equipe multidisciplinar tanto no tratamento das pessoas com diabetes, tanto na prevenção e orientação sobre fatores que podem desencadear a doença.
Esse foi o motivo que levou farmacêuticos e outros profissionais de saúde de diversas partes do país a lotarem uma sala em pleno domingo de manhã, no domingo, 30, para participarem do Simpósio “Diretrizes para o Cuidado Farmacêutico em Diabetes”, organizado pelo CRF-SP, dentro do Congresso Brasileiro Multidisciplinar em Diabetes, promovido pela Associação Nacional de Atenção ao Diabetes (Anad).
Dr. José Vanilton de Almeida coordenou as apresentações e iniciou com a palestra “Rastreamento em diabetes e monitorização glicêmica capilar em domicílio”. Ele destacou que é recomendado o rastreamento para todos os indivíduos com 45 anos ou mais mesmo sem fatores de risco, e para indivíduos com sobrepeso/obesidade que tenham pelo menos um fator de risco adicional para Diabetes mellitus tipo 2.
Dr. Vanilton, que também coordena o Grupo Técnico de Trabalho (GTT) de Farmácia do CRF-SP e o Departamento de Farmácia da Sociedade Brasileira de Diabetes, ressaltou que em relação à monitorização glicêmica capilar, a orientação adequada é mais um serviço farmacêutico. “O farmacêutico deve considerar as condições financeiras do paciente, lembrando que o custo maior é das tiras; estar certo de que ele seja o protagonista do seu autocuidado, compreenda as orientações dos profissionais de saúde, bulas e receitas de fármacos, o que chamamos de letramento em saúde; sugerir horários para checar a glicemia; além de esclarecer sobre a importância de se manter dentro dos parâmetros definidos pelo médico, entre outros”.
O cuidado farmacêutico voltado ao paciente crítico no ambiente hospitalar foi o tema abordado pelo Dr. Marco Vinicius Freire Luciano, farmacêutico clínico Intensivista. Ele destacou o protocolo ao fazer a admissão do paciente, no momento da anamnese. “ Dependendo da patologia pela qual o paciente interna, é possível que ele vá utilizar corticoide e, consequentemente, tenha hiperglicemia. Com isso, o paciente pode evoluir para intubação, prorrogar a estadia na UTI. Então é importante que todos os pacientes contem com o controle glicêmico rigoroso, independentemente do motivo de terem ido para a unidade de terapia intensiva”.
Dr. Marco destacou que muitos pacientes questionam esse monitoramento glicêmico já que nuca tiveram diagnóstico de diabetes, mas é função do farmacêutico orientar sobre essa necessidade e nessa questão a equipe de enfermagem é parceira para garantir um trabalho conjunto.
O Simpósio também abordou o tema hipertensão arterial em Diabetes com a farmacêutica clínica Dra. Bruna Silva Fernandes da Costa, que chamou a atenção para a diretriz de hipertensão “quando um paciente é pré-hipertenso nem sempre é necessário um tratamento medicamentoso, mas quando já há o diagnóstico de diabetes, o uso de medicamento é necessário e não apenas a monoterapia, muitas vezes, já serão dois medicamentos. Quando falo de alto risco cardiovascular, falo que ao longo de 10 anos esse paciente pré-hipertenso tem uma chance alta de evoluir. O diabetes aumenta o risco de infarto, pois aumenta a obstrução das coronárias”, ressaltou a Dra. Bruna.
O segundo período do Simpósio, que contou com a sala repleta durante todas as apresentações, foi marcado pelas informações da Dra. Eliete Bachrany, delegada regional da Seccional Leste do CRF-SP, que compartilhou sua experiência no pioneirismo do consultório farmacêutico na drogaria, entre os serviços estava o cuidado farmacêutico em feridas no pé diabético. “O nosso trabalho é avaliar os pacientes na farmácia, no consultório, fazer um exame físico, verificar a falta de sensibilidade. O pé diabético é uma expressão, ele quer dizer ulceração, destruição dos tecidos moles, mas nem todos que têm diabetes tem lesão nos pés. Existem pessoas que com a glicemia controlada, com a meta glicêmica, com o cuidado necessário, não terá complicações e se tiver algum ferimento, pela glicemia estar controlada, o processo de cicatrização será mais rápido.
Para fechar o dia de muita capacitação em diabetes, as Dras. Maria José Martins e Dra. Janaina Carla da Silva deram um panorama sobre os procedimentos de dispensação de medicamentos e insumos para diabetes no SUS como a apresentação da Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (Rename), a lista de medicamentos que deve atender às necessidades de saúde prioritárias da população brasileira. Além disso, explicou sobre os componentes básico e especializado da assistência farmacêutica, a Farmácia Popular do brasil e os impedimentos que barram o acesso.
Thais Noronha
Departamento de Comunicação CRF-SP
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