ESTABELECIMENTOS REGISTRADOS

PROFISSIONAIS INSCRITOS ATIVOS

CLIPPING - 20/07/2015

Assessoria de Comunicação do CRF-SP

 

Anvisa suspende publicidade irregular de 21 produtos detox

20/07/2015 - Folha de S.Paulo / Site


A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) suspendeu nesta segunda-feira (20) a publicidade de 21 produtos detox. Para a agência, as informações divulgadas pelas empresas atribuem "propriedades funcionais e de saúde não permitidas para esses produtos".

A suspensão foi publicada no Diário Oficial da União. A medida atinge produtos como suplementos vitamínicos, shakes e sucos tidos como "detox", e fabricados por sete empresas: Nutrigold, Sanavita, Smart Life, Vila Ervas e Alimentos, Viver Leve, Tiaraju e Healwheel Brasil.

Entre as informações publicitárias até então veiculadas no site das empresas e agora vetadas, estão mensagens que alegam efeitos emagrecedores e de redução de celulites, flacidez, rugas e estrias. Aos produtos também eram atribuídas funções de prolongamento do bronzeamento, fortalecimento de músculos e ações "anti-inflamatórias", "além de auxiliar na fixação do cálcio dos ossos" –funções que, de acordo com a agência, configuram publicidade irregular.

Segundo a Anvisa, esses produtos são registrados como alimentos, e por isso, não podem alegar propriedades terapêuticas.

OUTRO LADO

Em nota, a empresa Sanavita afirma que segue todos os padrões exigidos pela Anvisa e a divulgação considerada irregular dos sucos "detox" Verão, Green, Goji, Pink e Red "já havia sido retirada do site mesmo antes dessa solicitação". A empresa diz ainda que todos os produtos estão regularizados no Ministério da Saúde e são produzidos "para o incentivo de uma vida mais saudável".

As empresas Tiaraju, NutriGold e Smart Life informam que estão tomando providências para adequar os materiais publicitários, suspender a divulgação irregular e atender às determinações da Anvisa em relação aos produtos citados. Já a empresa Viver Leve, responsável pelos produtos da linha Total Detox, afirma que ainda não foi notificada pela Anvisa sobre o caso.

A Folha também procurou as empresas Vila Ervas e Healwheel Brasil –conhecida pela marca DetoxSlim– no fim da manhã desta segunda-feira, mas não recebeu retorno até a publicação desta matéria.




Artigo: Nova arma contra o câncer

21/07/2015 - Folha de S.Paulo

Colunista: PAULO M. HOFF E BERNARDO GARICOCHEA


Novo tipo de medicação é revolucionário, pois consegue treinar o sistema imune do paciente a reconhecer o tumor e atacá-lo ferozmente.

Um jovem foi diagnosticado com uma forma agressiva de câncer de rim há alguns anos. A doença afetava os ossos, o que provocava dores intensas, e o tratamento com quimioterapia e radioterapia não surtiam efeito. Em meados do ano passado, após experimentar todos os remédios conhecidos, a situação passou a ser angustiante.

A esperança veio de um tipo revolucionário de medicação contra o câncer, os imunoterápicos, que já havia se mostrado promissor em outro tipo de tumor, o melanoma. O jovem foi aos Estados Unidos para participar de um estudo clínico em que pudesse receber, experimentalmente, uma nova droga.

Esse novo tipo de medicação é uma revolução em termos conceituais no combate ao câncer. Trata-se nada menos do que treinar o sistema imune do paciente a reconhecer o tumor e atacá-lo ferozmente. É uma forma engenhosa de tratamento, já que para fugir do sistema imunológico, as células cancerosas criam inúmeros artifícios que as "escondem" das células encarregadas de vigiar o paciente. Localizar e desmontar esses artifícios permite que se use as próprias defesas do organismo contra o câncer.

Uma verdadeira família de medicações com esse mecanismo de ação começa a apresentar os primeiros resultados. Assim, um medicamento retira os linfócitos de um estado de dormência, de forma que eles reconheçam novamente o tumor como um corpo estranho e o eliminem. Outros impedem que o tumor desligue o sistema imunológico.

Esses medicamentos estão começando a tornar-se comercialmente disponíveis em diversos países para melanoma e alguns tipos de cânceres de pulmão avançado. No recente encontro da Sociedade Americana de Oncologia Clínica em Chicago, nos EUA, ficou evidente que esse é apenas o começo do que se presume que será uma história vitoriosa. Essas medicações estão sendo estudadas em outros tipos de câncer e agora de forma combinada, com resultados promissores.

No entanto ainda existem obstáculos para que esse tipo de terapia atinja todo seu potencial. Tumores são resilientes e muitos conseguem modular o sistema imune, dificultando a sua eliminação. O número de estudos necessários para a compreensão e o refinamento dos tratamentos é enorme. Novas estratégias precisam ser desenvolvidas para que outros tipos de tumor possam ser combatidos e para que mais pacientes possam ser beneficiados.

Apesar disso, esbarramos em outro problema. O custo atual desses novos tratamentos está se mostrando um fator impeditivo para seu uso em larga escala, mesmo em países com economia desenvolvida.

Isso torna ainda mais vital que o Brasil aprimore seu sistema regulatório de pesquisa, para que mais pacientes possam participar de estudos clínicos com essas medicações promissoras, e para estimular a indústria farmacêutica nacional a entrar nesta corrida contra o câncer.

Quanto ao jovem mencionado no começo deste artigo, trata-se de um caso real. O paciente conseguiu participar de um estudo clínico e seu tratamento ainda está em andamento. Após alguns meses de tratamento com imunoterápico, repetiu seus exames e a boa notícia foi que todas as suas metástases desapareceram.

O que nós, médicos, esperamos é que mais pacientes possam ter sucesso e que a esperança de pesquisas bem-sucedidas apresentadas em congressos sejam disponibilizadas a todos. Assim, mais pessoas poderão ter a chance de enfrentar uma doença que evolui mais rápido do que gostaríamos.




Inibidores de apetite: o impasse legislativo entre Anvisa e Congresso Nacional

21/07/2015 - Guia da Farmácia Online


No ano passado, o Senado já havia suspendido os efeitos da resolução da Agência

Câmara e Senado aprovaram o projeto de decreto legislativo, do deputado Beto Albuquerque (PSB-RS), que suspende a proibição dos inibidores de apetite imposta em outubro de 2011 na Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) nº 52 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O texto já foi promulgado pelo Congresso Nacional, pelo Decreto Legislativo 273/2014.

No entanto, o mercado está longe de ver o fim dessa novela. A resolução que proibia a produção venda e uso, sob prescrição médica, de medicamentos emagrecedores com princípio ativo anfepramona, femproporex e mazindol também impôs restrições ao uso da sibutramina. No ano passado, o Senado Federal já havia suspendido os efeitos da resolução Anvisa. No entanto, a reação do órgão regulador foi a imposição de regras estranhas ao sistema regulatório vigente, para que as indústrias possam voltar a registrar esses medicamentos no órgão sanitário, registros esses cancelados a partir de 2011.

A norma publicada ano passado, RDC 50/2014, determina que a aprovação dos novos registros seja precedida de análise técnica de todos os pedidos e que leve em consideração a comprovação da eficácia e segurança das substâncias anorexígenas. Segundo a especialista em regulação sanitária Dra. Claudia de Lucca Mano, “a eficácia e segurança são requisitos legais para a comercialização de medicamentos no Brasil, no entanto esses dados já foram observados pela Anvisa ao longo das décadas em que as substâncias estiveram liberadas no País”.

Segundo Claudia Mano, “a competência para regulamentar quais substâncias são consideradas drogas no País, seja proibindo, liberando ou regulando sua produção e comércio, é do órgão sanitário federal, por força da Lei Anti Drogas. As listas de substâncias são as constantes na Port. 344/98, da antiga Secretaria Nacional de Vigilância Sanitária, com revisões que hoje cabem à Anvisa. A decisão do Congresso fere a tripartição de poderes, invadindo a competência legal que neste caso cabe apenas Poder Executivo Federal”.




Anvisa aprova o 24º genérico inédito de 2015

21/07/2015 - Guia da Farmácia Online


Substância ainda não tem concorrente no mercado

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o registro de um novo genérico cuja substância ainda não tem concorrente no mercado. Trata-se do registro do deferasirox comprimido dispersível, que é utilizado para remover o excesso de ferro do organismo. É utilizado para tratar a sobrecarga de ferro causado por repetidas transfusões de sangue.

Com a aprovação, pacientes e médicos terão uma nova opção de tratamento a um custo mais acessível, uma vez que os genéricos chegam ao mercado com um preço menor que o preço de tabela dos medicamentos de referência.

A concessão do registro significa que esse produto é cópia fiel de seu referência e que possui qualidade, eficácia e segurança comprovadas.




Medicamentos falsificados podem representar 15% do mercado

21/07/2015 - Portal Saúde Business


O mercado informal de medicamentos, que sobrevive se esquivando dos órgãos reguladores, está se tornando cada vez mais atraente com preços bem abaixo da média. É possível comprar remédios por menos da metade do valor cobrado em farmácias. Mas esses descontos são possíveis porque os remédios são falsificados ou roubados.

Cerca de 15% do mercado é composto por medicamentos falsificados, segundo estimativa da OMS (Organização Mundial da Saúde), mas existem especialistas que apontam percentuais ainda mais altos. Devido ao caráter informal dessas vendas, não há como estabelecer um número com precisão. Já o varejo farmacêutico formal comercializa mais de 134 bilhões de doses por ano, segundo a IMS Health.

Enquanto os preços baixos tornam o mercado informal atraente, a população fica exposta a riscos potencialmente fatais. Um medicamento falsificado por ter diversos tipos de alterações. A quantidade das substâncias pode estar alterada em cada dose, a própria dose pode estar em desacordo com a bula e, na pior das hipóteses, a alteração afeta o princípio ativo do medicamento.

O princípio ativo é a substância mais importante do medicamento, pois ele que irá exercer a função terapêutica. Quando um remédio é falso, o princípio ativo pode estar comprometido, com a dosagem ou mesmo a identificação irregular. Em alguns casos, sequer existe algum princípio ativo no produto falso.

“Isso compromete o tratamento do paciente e, dependendo da doença que ele está combatendo, pode colocar sua vida em risco”, afirma Antônio Britto, presidente-executivo da Interfarma (Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa).

Não são raros os casos em que o médico prescreve o tratamento, o paciente segue as orientações corretamente, mas não acontece o efeito esperado. E uma longa investigação médica acaba sendo realizada até ser descoberto que o paciente, sem saber, estava consumindo um medicamento falsificado.

“Até os medicamentos originais podem ser prejudicados com isso, quando são reportadas reações adversas que, na realidade, foram causadas por produtos falsos”, explica Britto.

Mesmo quando o mercado informal comercializa medicamentos autênticos, existe o risco dele estar com sua eficácia comprometida por ter sido guardado e manuseado de forma inadequada. Atualmente, os medicamentos estão entre as cargas mais roubadas do país.

Como evitar o risco?

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) faz uma série de recomendações para combater o mercado informal de medicamentos e reduzir o risco da população adquirir remédios falsos:

  • • Nunca compre medicamentos em feiras ou de camelôs;
  • • Só compre remédios em farmácias e drogarias e dê preferência àquelas que já forem conhecidas;
  • • Exija nota fiscal dos medicamentos comprados;
  • • Se o medicamento deixar de fazer efeito, procure o seu médico;
  • • Verifique a embalagem do medicamento e veja se consta a data de validade, se o nome do medicamento pode ser lido facilmente e se há rasgos, rasuras ou alguma informação aparentemente apagada;
  • • Veja também se existe o número do registro do medicamento no Ministério da Saúde;
  • • Soros e xaropes devem estar com o lacre;
  • • A bula deve ser original, nunca xerox.

Alerta-se também para o risco das compras online. Em muitos países, essa é uma forma do mercado informal dar vazão aos medicamentos falsificados. Portanto, esteja atento a sites de procedência desconhecida, especialmente quando eles oferecem medicamentos por preços abaixo da média de mercado.

Sobre a Interfarma

Fundada em 1990, a Interfarma possui atualmente 55 empresas associadas. Hoje, esses laboratórios são responsáveis pela venda, no canal farmácia, de 80% dos medicamentos de referência do mercado e também por 33% dos genéricos produzidos por empresas que passaram a ser controladas pelos laboratórios associados. Além disso, as empresas associadas respondem por 46% da produção dos medicamentos isentos de prescrição (MIPs) do mercado brasileiro e por 52% dos medicamentos tarjados (50% do total do mercado de varejo).




Baixa na hipertensão

21/07/2015 - O Globo


Há não menos que cinco mil anos a Humanidade conhece as aplicações terapêuticas da maconha (Cannabis sativa) e seus derivados. Os chineses já a empregavam em medicina há milênios. Porém, até agora se acreditava que o sistema do corpo humano sensível aos compostos da maconha agia primordialmente no cérebro. Cientistas brasileiros, porém, descobriram que o chamado sistema endocanabinoide atua sobre os rins, um achado que abre a possibilidade de desenvolver re médios contra a hipertensão e curar lesões renais, estas sem tratamento além da diálise e do transplante de rins.

O grupo dos professores Marcelo Einicker-Lamas e Ricardo A. M. Reis, ambos do Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho, da UFRJ, trabalhou com versões sintéticas de endocanabinoides, substâncias produzidas pelo próprio corpo. O trabalho iniciado com a tese de doutorado de Luzia Sampaio, hoje pós-doutouranda na UFRJ, levou a uma descoberta que chamou a atenção da comunidade científica por revelar uma frente nova da ação dos endocabinoides. O trabalho está na edição on-line de uma das revistas mais conceituadas da área, a "British Journal of Pharmacology" . Luzia almejava saber se era possível tratar lesões renais ao ativar o sistema endocanabinoide.

— O que vimos ia muito além disso. O sistema controla a bomba de sódio e potássio do organismo, uma enzima ativa nos rins, muito importante para o controle da pressão sanguínea. Estimulada por canabinoides diferentes, ela pode aumentar ou reduzir a atividade, mudando a pressão. Esse achado foi tão importante que a tese acabou voltada para ele — explica Einicker-Lamas, especialista em biologia da sinalização celular , chefe do Laboratório de Biomembranas e orientador da tese. Os endocanabinoides modulam a ação da enzima sódio e potássio ATPase. Essa enzima de nome complicado também é chamada de bomba de sódio e potássio. É uma das grandes reguladoras do corpo humano. Ela tem papel fundamental na absorção do sódio (sal). Graças a sua ação, o sódio em excesso — que leva à hipertensão — pode ser excretado pela urina ao passo que outras substâncias importantes, como aminoácidos e glicose, são absorvidas.

CHANCE CONTRA TRANSPLANTE

Se essa enzima não funciona bem, mais sódio é absorvido. Em linhas gerais, o resultado é o aumento da pressão sanguínea. A hipertensão lesiona os rins ao longo de anos, silenciosamente. Quando o problema é descoberto, quase sempre já é tarde demais e restam as opções paliativas de diálise e, nos casos mais graves, de transplante. O sistema endocanabinoide tem receptores, ou fechaduras, nas células. Alguns canabinoides são chaves que abrem a fechadura. Outros, chaves somente para fechar. O momento eureca é encontrar a chave certa para cada ocasião. Marcelo Lamas e Luiza testaram as chaves em culturas de células humanas.

Quando as células eram expostas a um canabinoide sintético chamado win (derivado do endocanabinoide natural anandamida), a bomba de sódio e potássio era estimulada — uma frente de estudo potencial para o tratamento da pressão baixa. Porém, quando o canabinoide empregado era a hemopressina — um peptídeo, ou pedaço de proteína, derivado da hemoglobina — o oposto ocorria. A bomba tinha sua atividade muito reduzida. — Interferir nesse sistema pode combater a hipertensão, porque essa enzima é fundamental para o funcionamento dos rins. É uma nova via para a indústria de medicamentos — afirma Lamas.

Segundo o pesquisador , não se pode afirmar nada ainda em relação aos fumantes ou usuários de extratos de maconha, até porque o principal princípio ativo da planta (o THC) estaria misturado a outras dezenas e até centenas de compostos, o que poderia implicar numa menor quantidade de canabinoides para o sistema estudado nos rins. O próximo passo dos cientistas da UFRJ será investigar se os endocanabinoides podem ser aliados no tratamento de lesões renais variadas — de pedras nos rins a danos graves para os quais a única opção hoje é o transplante, nem sempre com bons resultados. Este é o tema do trabalho de pós-doutorado desenvolvido por Luzia. — Para nossa surpresa, o sistema endocanabinoide é mais essencial e difundido pelo organismo do que imaginávamos. Pode ter muitas funções, todas importantes, em vários órgãos — destaca Lamas, cujas pesquisas estão parcialmente paralisadas devido aos cortes de verbas da Capes.




Jarbas Barbosa é nomeado diretor da Anvisa

20/07/2015 - Valor Econômico / Site


A presidente Dilma Rousseff nomeou Jarbas Barbosa da Silva Júnior para a diretoria da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), com mandato de três anos. A nomeação foi publicada no “Diário Oficial da União” desta segunda-feira. Barbosa era secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos, do Ministério da Saúde, e teve sua indicação aprovada pelo Senado no início do mês. Ele foi indicado para o lugar do diretor Dirceu Barbano. Também de acordo com o Diário Oficial, Adriano Massuda foi nomeado Secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde.




Estudo aponta retardo para o Alzheimer

21/07/2015 - Revista Viva Saúde


Um estudo clínico, com 166 pacientes, sinaliza para o possível retardo na progressão do Alzheimer. A doença, que não tem cura, atinge cerca de 1,2 milhão de brasileiros, com mais de 65 anos, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Até agora o que se sabe da enfermidade é que um defeito na produção das proteínas beta-amiloides e Tau desencadeiam os sinais da patologia. O acúmulo dessa substância se inicia 30 anos antes de aparecerem os sintomas e, com isso, por meio de uma tomografia seria possível confirmar a presença do excesso dessas proteínas e iniciar o tratamento. A terapia em estudo é constituída de uma vacina que estimula a produção de anticorpos anti beta amiloide monodonais, e que modificam geneticamente a doença. "Os resultados foram muito bons quando administrados na quantidade de 3 mg e 10 mg", pontua Aline Guerra, gerente médica do laboratório que promove esse estudo (Biogen). "A próxima etapa dos testes é a fase 3, com um número maior de pacientes", diz.Thiago Mônaco, geriatra (SP), que ressalta ainda que há mais de dez anos nenhum remédio é aprovado para o Alzheimer. "Há outros estudos sobre o mesmo efeito, mas os resultados são preliminares. É hora de ter esperança e calma", diz. "Mas a terapia dependerá de um diagnóstico precoce", conclui.




Idoso volta a enxergar com olho biônico

22/07/2015 - O Globo


Ela lembra óculos de realidade virtual, mas tem uma função crucial para a saúde. Cientistas desenvolveram uma prótese que atua como uma espécie de olho biônico e que já foi capaz de recuperar a visão comprometida de um idoso. O escolhido foi o britânico Ray Flynn, de 80 anos, que, durante uma cirurgia de quatro horas, recebeu o dispositivo. Ele funciona a partir de um implante em sua retina, que decodifica as imagens captadas por uma minicâmera de vídeo.Com essa tecnologia, médicos conseguiram reverter, talvez pela primeira vez, um caso avançado de degeneração macular relacionada à idade ( DMRI), uma doença incurável, mas bastante comum, que afeta cerca de 500 mil pessoas apenas no Reino Unido. No Brasil, o quadro é ainda mais acentuado: segundo dados da Sociedade Brasileira de Oftalmologia, são quase três milhões com o problema no país. Trata- se de uma das principais causas de perda de visão, que compromete a independência do indivíduo em suas tarefas diárias.

NÃO ERA POSSÍVEL DISTINGUIR PESSOAS

Antes do procedimento, Flynn enxergava uma enorme mancha preta na parte central da visão, restando apenas a periférica para se comunicar com o mundo visível. Por causa disso, ele conta que já não conseguia distinguir pessoas. A operação foi realizada no Hospital Manchester Royal Eye, em junho. Desde então, o britânico vinha se recuperando e reaprendendo enxergar de uma nova maneira. Em entrevista ontem ao jornal britânico “Telegraph”, ele garantiu que já consegue distinguir as feições diante de si.

— Consigo enxergar o rosto do meu irmão. E assistir ao jogo do Manchester United na televisão é mais fácil agora — comemorou o engenheiro aposentado. — Recuperei a visão central, coisa que não sabia o que era há oito anos. Nossos olhos são a coisa mais preciosa que temos.

O idoso acrescenta que, apesar da melhora, ainda precisa se readequar ao novo mecanismo.

— Meu cérebro ainda está se acostumando com o que está acontecendo, mas me disseram que vou melhorar cada vez mais com o treino — comentou. Uma minicâmera de vídeo, que fica no meio das lentes dos óculos biônicos, capta a cena na frente do indivíduo. Essa imagem é encaminhada, através de um fio, a um equipamento decodificador, que fica em sua cintura. Ali, ela é convertida em sinais elétricos, que voltam ao dispositivo e são transmitidos, sem fio, a um implante acoplado na retina. Esses sinais são recebidos e encaminhados ao cérebro, que precisa reaprender a interpretar os padrões de cores e luz, num processo de treinamento.

CAUSA COMUM DE PERDA DE VISÃO Existem duas formas de DMRI: úmida e seca. Essa segunda é responsável por 90% dos casos, e foi a que afetou o britânico. Nela, há o acúmulo de proteína e gordura na retina, levando o indivíduo a perder a visão central, mas manter a periférica. As causas desse processo ainda são desconhecidas, embora a idade e causas familiares estejam entre os fatores de risco.

— No mundo ocidental, a DMRI seca é principal causa de perda de visão. Infelizmente, com o envelhecimento da população, ela se tornará ainda mais frequente — destacou o oftalmologista Paulo Stanga, professor da Universidade de Manchester, responsável pela operação em Flynn.

Desenvolvido pela empresa americana Second Sight, o olho biônico já foi usado para restaurar a visão de indivíduos que sofriam de uma doença rara, conhecida como retinite pigmentosa. Mas ainda não havia sido testado em casos de degeneração macular. Paulo Stanga comemorou os resultados bem- sucedidos.

— O progresso de Flynn é realmente notável, ele está enxergando o contorno de pessoas e objetos de maneira muito eficaz — afirmou Stanga. — Acredito que pode ser uma nova era para pacientes com perda de visão.




Mais da metade dos obesos que emagrecem engordam de novo

21/07/2015 - Folha de S.Paulo / Site


Os ex-participantes de reality shows de emagrecimento estão aí para provar: a maioria dos obesos que perde peso graças a dieta e exercícios engorda de novo. Mais precisamente, 53% ganham peso em dois anos; em cinco anos, a porcentagem é ainda maior: 78%. E mais de um terço dos obesos sofrem com efeito sanfona.

Os números são de uma pesquisa recém-divulgada, feita pelo King’s College, em Londres, e publicada no “American Journal of Public Health”. O trabalho acompanhou quase 280 mil obesos durante dez anos, de 2004 a 2014.

Os pesquisadores também calcularam a probabilidade de um obeso conseguir emagrecer sem cirurgia bariátrica.

Entre aqueles que tinham obesidade grau I (índice de massa corporal de 30 a 34,9), só 3.528 alcançaram o peso ideal (1.283 homens e 2.245 mulheres). Isso quer dizer que, segundo os dados desse grupo, a chance de um obeso chegar ao peso ideal é de 1 em 210 para os homens e 1 em 124 para as mulheres.

Entre os obesos mórbidos (IMC maior que 40) a probabilidade é menor ainda: uma em 1.290 para os homens e uma em 677 para as mulheres.

Segundo os autores do trabalho, os dados mostram que as estratégias mais usadas para perder peso (como o combo dieta exercício) não dão bons resultados a médio e longo prazo. Melhor mesmo é pensar em prevenir a obesidade.

“Uma vez que uma pessoa se torna um adulto obeso, é muito improvável que ela consiga voltar a ter um corpo saudável. Novas abordagens são necessárias para lidar com essa questão. Os tratamentos devem se concentrar na prevenção do sobrepeso e do ganho de peso entre obesos“, disse Alison Fildes, autora principal do estudo e pesquisadora do King’s College.




Sem medicação, jovem com HIV tem vírus sob controle há 12 anos

21/07/2015 - O Globo


Uma jovem francesa de 18 anos tem níveis quase indetectáveis do HIV em seu organismo há mais de uma década. Ela nasceu com o vírus, transmitido pela mãe, mas desde os 6 anos não toma antirretrovirais e não tem manifestação da Aids. O caso inédito foi apresentado ontem na conferência da Sociedade Internacional da Aids, em Vancouver, no Canadá.

Segundo os médicos, a jovem pode ter uma forma natural de resistência ao HIV que ainda não foi descrita cientificamente. Ainda assim, os médicos chamaram atenção para o tratamento precoce da menina, que começou a receber antirretrovirais aos 3 meses de idade.

PROTEÇÃO NATURAL DO CORPO

Possivelmente, tanto o tratamento quanto a reação de seu organismo podem ter gerado este efeito, segundo o médico Juan Carlos Raxach, assessor de projetos da Associação Brasileira Interdisciplinar de Aids (Abia).

— O início precoce do tratamento pode ter ajudado a evitar que se criassem reservatórios do vírus no corpo — comenta o especialista. — Aliado a isso, é bem possível que ela tenha características capazes de criar anticorpos para neutralizar o HIV.

Raxach comemorou o caso, destacando que ainda não é possível falar em cura e lembrando que outros exemplos de remissão vêm sendo apresentados em congressos, cada um com suas particularidades.

Casos de remissão da Aids, de fato, não são novidade, e, geralmente, o vírus volta a se manifestar depois de determinado período. Um exemplo famoso é a “bebê de Mississipi” — uma menina que passou 27 meses sem tratamento, mas que, depois disto, o vírus acabou se manifestando.

Pelo menos uma dúzia de adultos teve remissão por cerca de uma década após parar os medicamentos, mas o exemplo da jovem francesa é visto como o primeiro de longa duração que começou na infância.

Asier Saez- Cirion, do Instituto Pasteur, de Paris, apresentou ontem o caso na conferência. A jovem vive na capital francesa e sua identidade não foi divulgada.

— Com este primeiro exemplo documentado, temos a prova de que uma remissão de longo prazo é possível, embora rara — comemorou.

O caso reforça a necessidade de tratamento precoce, diz SaezCirion. A maioria das mães com HIV toma medicamentos durante a gravidez, o que reduz as chances de infecção dos bebês. A mãe da adolescente francesa não teve este tratamento, e médicos acreditam que ela foi infectada antes ou durante o parto.

Na época, o bebê recebeu AZT — tratamento padrão — por seis semanas. Mas testes mostraram que ela mantinha altos níveis de HIV no sangue. Ela, então, recebeu uma combinação de quatro drogas mais potentes e manteve este tratamento até os 6 anos.

Nesta idade, ela deixou de ser acompanhada. Voltou um ano depois, mas já não usava antirretrovirais. Os médicos não encontraram sinais do vírus e decidiram mantê- la sem os remédios. Com a exceção de um leve aumento quando ela tinha 11 anos, o vírus continuou abaixo dos níveis de detecção — ainda há sinais extremamente baixos em testes ultrassensíveis.

— Ela está em remissão, mas continua infectada e não curada — reforça Saez- Cirion, destacando que a jovem não é portadora de variações genéticas ou biomarcadores conhecidos como protetores naturais contra a infecção de HIV.




Enxaqueca: uma doença sem regras

21/07/2015 - Revista Viva Saúde


Parece que a minha cabeça vai explodir. A dor é tão incômoda que preciso parar o que estou fazendo. A claridade e o barulho intensificam ainda mais o meu desconforto." Você se identifica com esse cenário? Além disso, sente enjoo e tem alteração na visão? Esse é o quadro clássico da enxaqueca, doença neurológica que costuma incomodar 15 a cada 100 brasileiros de forma recorrente. Ou seja: ela vem, passa e de repente está de volta. A enxaqueca é um dos tipos mais comuns de dor de cabeça primária, ou seja, ela não é motivada por outra doença.

O principal indício é de que ela seja causada por fatores genéticos, entretanto, sua manifestação não segue um padrão, podendo ser desencadeada por diversos motivos em cada paciente. "As pessoas acham que o que desencadeia a dor para um vai ser igual para os outros, mas não é assim que acontece", alerta a neurologista Ana Maria Ladeira Yamada (RJ), membro da Sociedade Brasileira de Cefaleia.

Fatores desencadeantes

Entre os fatores desencadeantes normalmente associados à enxaqueca estão o estresse, determinados hábitos alimentares e aspectos hormonais. Assim, algumas pessoas podem perceber que as crises começam após a ingestão de vinho tinto, laticínios ou frutas cítricas; outras podem associar a doença a fatores emocionais, como irritabilidade ou ansiedade.

Um terceiro grupo pode ainda constatar que a dor de cabeça tem início após um longo período de exposição ao sol ou vem em decorrência das alterações hormonais do ciclo menstrual. Não existe regra. A enxaqueca afeta pessoas de todas as idades e classes sociais, mas há maior incidência entre mulheres e costuma começar na juventude. É uma doença que, se não controlada, afeta a qualidade de vida do paciente.

Diagnóstico difícil

Contudo, ter o diagnóstico da doença não é algo tão simples como parece e pode levar meses ou até anos para se chegar a uma conclusão. Ana Maria explica que, para isso, é preciso avaliar o histórico do paciente e acompanhá-lo por um tempo. Exames podem ser solicitados ao longo do monitoramento para excluir a possibilidade de outras enfermidades. "E importante haver uma boa relação entre médico e paciente já que se requer tempo para acompanhar a evolução da doença, fazer o diagnóstico e encontrar o tratamento mais adequado para cada paciente", afirma Ana Maria. O profissional mais indicado para acompanhar a evolução da doença e apontar o tratamento mais adequado a cada paciente é o médico neurologista.

Tratamentos específicos

Basicamente, existem dois tipos de tratamento para a enxaqueca: a prevenção para evitar novas crises e o uso de analgésico para controlar a dor. Em raras situações, também pode ser indicado procedimento cirúrgico. Segundo o neurocirurgião Eduardo Barreto (RJ), o tratamento preventivo busca neutralizar os fatores que desencadeiam a doença. "Se verificamos que algum alimento tem relação direta com a enxaqueca, indicamos uma dieta balanceada. A atividade física também é altamente recomendada para trazer melhorias ao organismo", afirma o especialista. Outras atividades e terapias também podem ser benéficas para quem sofre com enxaqueca. Entre elas estão a meditação, a ioga, a acupuntura, sessões de radiofrequência. Nesse caso, são medidas que auxiliam no controle do estresse.

Cuidado com automedicação

Recorrer a analgésicos com frequência - sem orientação médica - para controlar crises pode transformar a enxaqueca em dor de cabeça crônica e diária, tornando mais difícil o tratamento e a identificação de quando a crise começou. De acordo com a neurologista Ana Maria, o fácil acesso a analgésicos faz com que as pessoas façam uso exagerado desse tipo de fármaco. Ela explica que o uso abusivo de analgésicos costuma ser caracterizado quando o paciente ingere o medicamento pelo menos duas vezes na semana, durante três meses seguidos.




Exagerou?

22/07/2015 - Revista Pense Leve


Todo mundo, pelo menos uma vez na vida, já deve ter sofrido com aquela sensação de mal--estar, de peso, queimação, náusea ou dor na boca do estômago depois de ter comido além da conta ou depressa demais. Se nunca passou por isso, acredite: qualquer um está sujeito a apresentar esses sintomas. Ainda mais com o estilo de vida que levamos atualmente, conectados 24 horas, e com a grande oferta de refeições rápidas e muito gordurosas. A dispepsia, popularmente conhecida como indigestão, nada mais é do que a demora na digestão dos alimentos. Geralmente, esse desconforto está associado a hábitos alimentares e estilo de vida. Tabagismo, álcool, estresse, não mastigar direito e ingerir muita fritura são algumas das causas da má digestão.

A pressa é inimiga da perfeição

Sua mãe estava mais do que certa quando dizia para você comer com calma, mastigando direito... "Uma boa digestão começa na boca. O ato de triturar os alimentos, sem pressa, facilita a transformação da sua forma sólida para a pastosa. Comer rápido demais pode gerar uma sobrecarga ao estômago, dificultando o processo digestivo", alerta James Ramalho Marinho, gastroenterologista, vice-presidente da Federação Brasileira de Gastroenterologia e professor adjunto da disciplina de Doenças Infecciosas e Parasitárias da Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas (Uncisal), em Maceió (AL). Com isso, é retardada a saída do alimento do órgão, o que desencadeia aquela sensação de empachamento e distensão abdominal.

Bebida e comida não se misturam

Ninguém está dizendo que você não pode tomar um pouco de água durante as refeições, mas o melhor seria se não o fizesse. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), não se deve ingerir líquidos com a comida. A explicação é simples: quanto mais a pessoa bebe, mais as enzimas digestivas — que são as responsáveis pela quebra do alimento em partes bem pequenas, para serem absorvidas pelas células — ficam diluídas, atrasando o processo de digestão. O recomendado, de acordo com os especialistas, é beber, no máximo, 200 ml (cerca de um copo americano) de líquido antes ou ao longo da refeição. Depois, a pessoa deve esperar em torno de uma hora para tomar algo. E atenção: você sempre deve optar pela água sem gás. Sucos e refrigerantes — principalmente o último, por facilitar a formação de gases — devem ser banidos.

A culpa não é da azeitona!

É clássico: você belisca antes do jantar, aí a refeição fica pronta e você acaba comendo mais do que deveria. O excesso de comida é outro estopim para a indigestão. "Nosso aparelho digestivo está programado para processar uma determinada quantidade de alimentos. Quando você extrapola, os sintomas podem aparecer", explica Ricardo Jureidini, gastroenterologista do Hospital Sírio-Libanês, de São Paulo (SP). Assim como comer rápido, o volume demasiado de alimentos no estômago faz o órgão ficar sobrecarregado, o que retarda o esvaziamento gástrico. Por isso, a pessoa se sente pesada e até com ânsia de vômito.

De olho na gordura e no sal

Pastel, coxinha, bacon, salgadinhos... Todos são sinônimos de "bomba calórica", e você tem mais um motivo para ficar longe deles. As comidas gordurosas e as frituras, além de deixarem lenta a digestão, relaxam a válvula do estômago, que normalmente impede o refluxo. Comidas muito temperadas e salgadas também são inimigas."O índice de câncer de estômago em pessoas que consomem muito shoyu e embutidos é altíssimo", atenta Antonio Luiz de Vasconcellos Macedo, gastroenterologista, médico-cirurgião e presidente do Centro de Oncologia do Hospital Israelita Albert Einstein e do Núcleo de Robótica da Associação Paulista de Medicina, de São Paulo (SP). Para comprovar isso, a instituição britânica World Câncer Research Fund publicou uma pesquisa em que um em cada sete casos de câncer de estômago no Reino Unido poderia ser evitado se as pessoas limitassem o consumo de sal para a recomendação diária máxima de 6 gramas.

Vício perigoso

Não é novidade que o tabagismo está ligado a doenças respiratórias e câncer de pulmão, mas a droga também compromete todo o aparelho digestivo. "A mistura da saliva com as substâncias tóxicas do cigarro lesam a mucosa do esôfago", comenta Ricardo Jureidini. Essa irritação pode produzir sintomas como dor de estômago, arrotos, azia e refluxo. Com o passar do tempo, a pessoa pode apresentar câncer de boca ou de esôfago, por causa da constante agressão química do tabaco.

Além da dose

Quem abusa das bebidas alcoólicas precisa ficar atenta para não sofrer com a dispepsia. Além de o liquido dificultar a ação das enzimas digestivas, como acontece quando você bebe demais durante as refeições, o álcool retira do estômago uma parte do muco, que é responsável por sua proteção. Sem isso, o suco gástrico "corrói" o órgão, evoluindo para um processo inflamatório e até para uma possível úlcera, se não tratado. "As piores são as bebidas destiladas, pois a concentração de álcool é maior" diz Antonio Luiz Macedo.

Vai um cafezinho?

Com moderação, tudo bem. Até seis xícaras ao dia, os especialistas garantem que não há prejuízo à saúde. Ele até contribui para a memória e o bom funcionamento do cérebro. O problema é quando essa medida é ultrapassada. O excesso de cafeína não força apenas o coração, ele também sobrecarrega o estômago e faz com que o esfíncter esofágico — anel muscular que separa o esôfago e o estômago — relaxe, facilitando a volta de fluídos (refluxo) e a azia. Para James Marinho, entretanto, a sensibilidade e a tolerância à cafeína são individuais. "Tem pessoas que abusam e não sentem nenhum desconforto", afirma. Pelo sim ou pelo não é melhor não abusar!

Nervos à flor da pele

O estresse por si só não desencadeia a dispepsia. Mas é comum que quem esteja sob pressão constante engula a comida sem parar para pensar no que está fazendo. "A pessoa come muito rápido e não mastiga, gerando o mal-estar e a dor no estômago", atenta Ricardo Jureidini. Por outro lado, existe, sim, a possibilidade de o indivíduo estressado produzir mais ácido no estômago e esse estímulo exacerbado ocasionar a azia. Quando estiver no limite, procure parar, relaxar e aproveitar a refeição com calma. Isso ajuda tanto os seus nervos quanto o seu estômago, ok?

Outros vilões

Alguns medicamentos, como antidepressivos e anticolinérgicos, interferem na dinâmica da digestão, seja provocando a redução da saliva ou o retardo do esvaziamento gástrico e do movimento intestinal. Pessoas com diabetes e intolerância à lactose e ao glúten também podem apresentar os sintomas da indigestão, que, geralmente, aparecem logo depois de comer. Apesar de a indisposição ser passageira e sem grandes prejuízos à saúde, é importante ficar ligada quando a dor de estômago durar mais de quatro a seis horas. "Procure um pronto-socorro para investigar a origem do problema, já que o desconforto pode ser causado por vários motivos, como uma apendicite", aconselha Antonio Luiz Macedo. Além disso, quando os episódios de mal-estar passam a ser freqüentes é hora de procurar um médico. A dispepsia pode ser um sintoma de doenças mais graves, como úlceras, tumores e cálculos na vesícula, especialmente se as crises começarem sem causa aparente e depois dos 55 anos. Sem os devidos cuidados, o quadro pode evoluir rapidamente.

Caminho a seguir

O diagnóstico para uma pessoa leiga não é tão simples como parece. O desconforto abdominal pode ter várias causas, por isso, a importância de procurar um especialista, que pode solicitar exames de imagem e endoscopia, para eliminar a possibilidade de outros males. Se a dispepsia for constatada, nada de pânico! De maneira geral, apenas mudanças nos hábitos alimentares e de vida são suficientes para reverter o problema. "A começar por uma dieta equilibrada, sem tanta gordura ou fritura, mastigar mais devagar, parar de fumar, reduzir a ingestão de bebidas alcoólicas e gaseificadas, comer de três em três horas, ingerir fibras e realizar exercícios físicos", enumera Lúcia Flávia Carpilovsky, endocrinologista do Hospital Adventista Silvestre, do Rio de Janeiro (RJ). Eventualmente, você pode fazer uso de antiácidos para aliviar os sintomas, mas isso não deve virar um hábito, pois a auto medicação pode mascarar e prejudicar o diagnóstico precoce de várias doenças. Se as alterações na rotina não surtirem efeito, o médico pode prescrever alguns medicamentos para reduzir a acidez gástrica, como omeprazol e pantoprazol, antiespasmódicos (para combater o vômito), pro cinéticos (que ajudam no movimento gástrico) e antibióticos.




22/07/2015 - Revista Sou Mais Eu


Até março deste ano, eu era uma pessoa hiperativa. Acordava às 6 horas da manhã, ia para a academia e, de lá, direto para o trabalho. Depois, corria para a aula de teatro. Pegava no sono só no começo da madrugada e, mesmo assim, pulava da cama feliz no outro dia. É claro que eu ficava cansada, mas nada preocupante. Só que, em questão de dias, comecei a sentir um desânimo que nunca tinha experimentado. Do nada, passei de uma pessoa cheia de vida para uma que vivia cansada e não via graça em nada. Virei uma pessimista. O trabalho, que eu amava, virou obrigação, assim como o teatro e a academia. Estava irreconhecível.

Perdi um grande amigo e procurei uma psicóloga

Eu já tinha convivido com um avô depressivo no passado e comparei os nossos sintomas. Eram muito parecidos! Preocupada, procurei uma psicóloga. Fazia sentido, porque havia acabado de perder um amigo muito próximo para o câncer e estava longe do balé, a dança que eu tanto amava, por ter quebrado o pé. Para piorar, isso aconteceu um dia antes de uma apresentação para a qual passei meses me preparando. Cheguei a emagrecer 15 kg para estar no meu melhor no grande dia, mas engordei tudo de novo em apenas dois meses depois do acidente. Com tudo isso, tinha que ser depressão.

Foi uma surpresa quando, após algumas consultas, a psicóloga disse que eu não estava deprimida. Como assim? Até minha chefe estava desconfiada. Afinal, ela me de uma funcionária pontual e produtiva para uma que chegava atrasada todo dia e batia o cartão por obrigação.

A terapeuta chegou a dizer que eu tinha somatizado a frustração e a dor do começo do ano, ou seja, tinha passado para o corpo meus problemas emocionais, mas não fechou um diagnóstico.

Passei Mal e fui internada. Só aí descobri o diabetes

A resposta para minhas dúvidas só veio depois de uma viagem ao Rio de Janeiro que fiz com uma amiga. A praia estava linda, mas meu humor continuava péssimo, o que só aumentava minha certeza de ter depressão. Voltei pra casa e no dia 20 de abril, um domingo, acordei cedo e tomei o café da manhã como sempre fazia. De repente, comecei a passar muito mal. Fiquei fraca e tonta. Mal conseguia parar de pé. Achando que aquilo era queda de açúcar no sangue, minha mãe me levou até a casa de uma amiga diabética do bairro e picou meu dedo com o aparelho medidor de glicose. Só que meu nível de açúcar não estava baixo, ele estava era alto para caramba!

Fui parar no hospital e o médico que me atendeu nesse dia ficou muito assustado com o resultado. Uma taxa normal de açúcar no sangue é 100 mg/dl. Eu estava com cinco vezes mais que isso! Segundo ele, pacientes já haviam entrado em coma e até morrido com níveis de açúcar menores que o meu. "Você tem muita sorte por estar viva!", disse. Fui parar na UTI, onde me diagnosticaram com diabetes tipo 1. Sim, era isso que estava causando todo aquele cansaço e desânimo que eu vinha sentindo. Também descobri que a doença é genética e que o gene causador pode ter se manifestado após todos aqueles episódios ruins do começo do ano. Era como minha psicóloga suspeitava, só que muito mais grave do que a gente esperava.

A insulina devolveu meu humor e ânimo pra vida!

Meu caso era tão grave que fiquei internada durante dez dias e precisei de quatro doses diárias de insulina por um mês. Além disso, tive que adotar uma dieta rigorosa: nada de massas, doces e frituras. Pra mim, que me considerava uma formiga e tinha uma gaveta cheia de chocolates no trabalho, aquilo foi uma tragédia. Foi tão difícil no começo que até chorei. Mas eu não tinha alternativa. Por isso, distribuí as guloseimas para os colegas.

Por outro lado, minha recuperação foi imediata. Assim que comecei a tomar insulina, já senti meu humor e disposição melhorarem. Com um mês de tratamento, voltei a ser a Mariana de sempre, animada e com vontade de viver. Também voltei a acordar cedo, a chegar no trabalho na hora certa, a frequentar o balé e o teatro. Como sei que o estresse e as emoções podem causar doenças físicas, agora tento levar uma rotina mais tranquila e procuro controlar a ansiedade. Mesmo assim, voltei com tudo. Acabei de fazer aniversário e comemorei a data por uma semana!

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