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INFORMAÇÕES SOBRE A INFLUENZA

 


Também conhecida como gripe, a influenza é uma infecção do sistema respiratório cuja principal complicação são as pneumonias, que são responsáveis por um grande número de internações hospitalares no País. A doença inicia-se com febre alta, em geral acima de 38ºC, seguida de dor muscular, dor de garganta, dor de cabeça e tosse seca. A febre é o sintoma mais importante e dura em torno de três dias. Os sintomas respiratórios como a tosse e outros, tornam-se mais evidentes com a progressão da doença e mantêm-se em geral por três a quatro dias após o desaparecimento da febre. É uma doença muito comum em todo o mundo, sendo possível uma pessoa adquirir influenza várias vezes ao longo de sua vida. É também frequentemente confundida com outras viroses respiratórias, por isso o seu diagnóstico de certeza só é feito mediante exame laboratorial específico. (1)

O agente causador da influenza humana é um vírus. São conhecidos 3 tipos de vírus da influenza: A, B e C. Esses vírus são altamente transmissíveis e podem sofrer mutações (transformações em sua estrutura genética), sendo que o tipo A é mais mutável que o B e este mais mutável que o tipo C. Os tipos A e B causam maior morbidade (doença) e mortalidade (mortes) que o tipo C. Geralmente as epidemias e pandemias (epidemia em vários países) estão associadas ao vírus do tipo A. O tipo C não tem importância clínica nem epidemiológica. (1)

Da perspectiva da saúde pública, esta doença representa três distintos problemas que, apesar de interrelacionados, precisam ser claramente entendidos: a influenza sazonal, a influenza aviária e a pandemia de influenza. (2)

a) Influenza Sazonal

Corresponde à circulação anual, geralmente nos meses mais frios em locais de clima temperado, ou no período chuvoso em locais de clima tropical, de variantes antigênicas dos vírus da influenza humana que resultam de alterações parciais da sua estrutura genética. No Brasil, o padrão de sazonalidade varia entre as diversas regiões, sendo mais marcado naquelas que têm estações climáticas bem definidas. A influenza sazonal manifesta-se por meio de surtos anuais de magnitude, gravidade e extensão variáveis.

b) Influenza Aviária*

Como o próprio nome diz, é uma doença de aves, que são o principal reservatório dos vírus influenza na natureza. Nesta espécie esses vírus são classificados como de alta ou baixa patogenicidade, de acordo com a capacidade de provocar doença grave. A infecção de seres humanos com vírus da influenza aviária é um evento raro que pode resultar em doença de diferentes graus de gravidade, dependendo da patogenicidade e virulência da cepa viral. Atualmente, verifica-se a existência de epizootias de influenza aviária de alta patogenicidade (vírus A/H5N1) na Ásia, África e Europa, com repercussões para a economia dos países afetados e para a saúde humana.

*Existem outras espécies animais que também são reservatórios dos vírus influenza, tal como focas, suínos e equídeos.

c) Pandemia de Influenza

Corresponde à circulação de uma cepa de um vírus da influenza humana com características antigênicas completamente distintas das cepas até então circulantes, devido a um processo de mutação completa, em geral por meio da recombinação de genes entre cepas de distintas espécies. No século passado ocorreram três pandemias (as chamadas gripe espanhola, gripe asiática e gripe de Hong Kong) que repercutiram de forma distinta na morbimortalidade pela doença e suas complicações.

A gripe espanhola – como ficou conhecida devido ao grande número de mortos na Espanha – apareceu em duas ondas diferentes durante 1918. Na primeira, em fevereiro, embora bastante contagiosa, era uma doença branda não causando mais do que três dias de febre e mal-estar. Já na segunda, em agosto, tornou-se mortal. Enquanto a primeira onda de gripe atingiu especialmente os Estados Unidos e a Europa, a segunda devastou o mundo inteiro: também caíram doentes as populações da Índia, Sudeste Asiático, Japão, China e Américas Central e do Sul. (3)

No Brasil, a epidemia chegou ao final de setembro de 1918: marinheiros que prestaram serviço militar em Dakar, na costa atlântica da África, desembarcaram doentes no porto de Recife (PE). Em pouco mais de duas semanas, surgiram casos de gripe em outras cidades do Nordeste, em São Paulo e no Rio de Janeiro, que era então a capital do país. (3)

Estima-se que entre outubro e dezembro de 1918, período oficialmente reconhecido como pandêmico, 65% da população adoeceu. Só no Rio de Janeiro, foram registradas 14.348 mortes.  Em São Paulo, outras 2.000 pessoas morreram. As estimativas do número de mortos em todo o mundo durante a pandemia de gripe em 1918-1919 variam entre 20 e 40 milhões. (3)

Ainda hoje restam dúvidas sobre onde surgiu e o que fez da gripe de 1918 uma doença tão terrível. Estudos realizados entre as décadas de 1970 e 1990 sugerem que uma nova cepa de vírus influenza surgiu em 1916 e que, por meio de mutações graduais e sucessivas, assumiu sua forma mortal em 1918. (3)

A "gripe asiática", de 1957-1958, provocou 86.000 mortes nos Estados Unidos.

A "gripe de Hong-Kong", de 1968-1969, originou um menor número de mortes do que as pandemias anteriores. Durante este período morreram 34.000 pessoas vítimas da gripe nos Estados Unidos. Esta reduzida taxa de mortalidade foi atribuída a dois fatores: em primeiro lugar, as estirpes das gripes "de Hong-Kong" e "asiática" tinham semelhanças genéticas (a imunidade desenvolvida na população contra a estirpe "asiática" pode ter conferido alguma proteção contra a estirpe "da gripe de Hong-Kong"); em segundo lugar, pensa-se que uma estirpe de gripe semelhante à do vírus da "de Hong-Kong" poderá ter circulado entre os finais do século XIX e os primeiros anos do século XX, havendo ainda algumas pessoas com mais de 60 anos de idade com imunidade residual. (4)

Especialistas acreditam que poderá ocorrer outra pandemia que colocará em risco a saúde e as vidas de dezenas de milhões de pessoas em todo o mundo.

Preocupada com esta situação e com o intuito de detectar e alertar rapidamente as autoridades mundiais sobre um vírus pandêmico e seu isolamento, a Organização Mundial da Saúde (OMS) implantou um programa global para a Influenza (http://www.who.int/csr/ disease/influenza/pandemic). A OMS também desenvolveu um documento sobre intervenções de saúde pública e ações que deverão ser observadas durante uma pandemia de influenza. (http://www.who.int/csr/disease/avian_influenza/consultation).

O Ministério da Saúde também elaborou em 2006 um plano de contingência. Este plano prevê ações nas áreas da vigilância epidemiológica da influenza humana e animal, organização da assistência, aquisição de um estoque estratégico de antivirais, investimentos para a produção nacional de uma vacina específica, informação e comunicação, defesa civil, ações em portos, aeroportos e fronteiras, dentre outros, e deve integrar um plano global do governo federal para o enfrentamento de uma situação emergencial como esta, caso ela venha a ocorrer. (1)

Além disso, o Ministério da Saúde elaborou alguns protocolos com o objetivo de adequar as medidas estabelecidas no Plano Brasileiro de Preparação para uma Pandemia de Influenza (PBPPI), a cada novo cenário que o país se encontra:

• Protocolo Para Enfrentamento da Influenza A (H1N1) em Portos, Aeroportos e Fronteiras (Atualizado em 09.07.2009):

http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/protocolo_influenza_ah1n1_portoseareportos.pdf

• Protocolo de notificação e investigação de casos. (Atualizado em 05.06.2009):

http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/protocolo_investigacao_notificacao08062009.pdf

• Protocolo de Manejo Clínico e Vigilância Epidemiológica da Influenza (Atualizado em 05.08.2009):

http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/protocolo_de_manejo_clinico_05_08_2009.pdf

 

GRIPE A (H1N1)

 

O vírus da gripe suína clássica (uma gripe de tipo A do vírus H1N1) foi primeiramente isolado de um porco em 1930. O foco deste vírus foi detectado no México, em março de 2009, e se alastrou para várias partes do mundo, deixando em alerta as autoridades sanitárias e a Organização Mundial de Saúde (OMS) que classificou como nível de alerta -Fase 6, o que significa pandemia com aumento e transmissão mantida na população geral.

 

HISTÓRICO DA GRIPE A (H1N1) NO BRASIL

 

A gripe A (vírus H1N1) chegou oficialmente ao Brasil no início do mês de maio, cerca de 20 dias após o alerta de que a nova epidemia havia surgido no México, país considerado o epicentro da doença. O primeiro caso confirmado foi de um jovem de 21 anos, morador do Rio de Janeiro (RJ), que contraiu o vírus H1N1 durante viagem a Cancún, no México.

Com o alerta da doença, várias medidas preventivas foram adotadas no Brasil. A principal delas foi o controle da entrada do vírus no país por meio da identificação de pessoas procedentes de voos internacionais e que apresentassem os sintomas da nova gripe.

O mesmo monitoramento foi adotado em relação às fronteiras terrestres com a Argentina e o Uruguai, a partir da constatação do alto número de pessoas infectadas naqueles países.

No final do mês de junho, um caminhoneiro de 29 anos que havia contraído a gripe A em uma viagem à Argentina tornou-se a primeira vítima fatal no Brasil.

Medicamento

O fosfato de oseltamivir (comercializado com o nome Tamiflu®) é o único medicamento adotado para o tratamento da gripe A no Brasil. No início da epidemia, algumas drogarias ainda vendiam o antigripal que em curto espaço de tempo se esgotou.

Para evitar a “corrida” da população às farmácias e drogarias, o Ministério da Saúde acatou a orientação dada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), e determinou que o laboratório Roche (fabricante do Tamiflu®) direcionasse toda a produção ao Sistema Único de Saúde (SUS), a fim de que o medicamento fosse distribuído exclusivamente pela rede pública.

A constatação de que o vírus já circulava no país, em meados de julho, com o crescente número de transmissões sustentadas (ou seja, entre pessoas que não estiveram em países onde a epidemia já havia se instalado), fez com que o governo brasileiro mudasse o plano de contenção da gripe A, bem como a forma de atendimento aos casos suspeitos.

Ao contrário do protocolo anterior, que determinava que todos os pacientes com suspeita de ter contraído a nova gripe fossem submetidos ao teste clínico para detecção do vírus H1N1, o procedimento passou a ser feito somente com pessoas que se enquadrava nos grupos de riscos (cardiopatas, gestantes e imunodeprimidos).

Em agosto, após o Ministério Público Federal cobrar do Ministério da Saúde informações sobre os critérios para distribuição do fosfato de oseltamivir, a prescrição do medicamento passou a ser feita inclusive por médicos particulares.

O novo procedimento está em vigor até hoje. A retirada dos medicamentos é feita pelos próprios pacientes em diversos pontos de distribuição (Unidades Básicas de Saúde e ambulatórios públicos em geral).

 

Fontes
(1) http://portal.saude.gov.br/portal/saude/profissional/visualizar_texto.cfm?idtxt=31244 – acesso em 12/08/09

(2) Plano Brasileiro de Preparação para uma Pandemia de Influenza 3a versão - abril de 2006 - http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/plano_pandemia_influenza.pdf - acesso em 12/06/09

(3) http://www.invivo.fiocruz.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=815&sid=7 – acesso em 12/06/09

(4) http://www.roche.pt/sites-tematicos/gripe/index.cfm/gripe/epidemias-e-pandemias/pandemias/  - acesso em 11/06/09

(5) http://www.gripesuina.com/ - acesso em 11/06/09

 

INFORMAÇÕES TÉCNICAS SOBRE O OSELTAMIVIR

 

Nome comercial: Tamiflu®.

Apresentações disponíveis no Brasil (registradas no MS): cápsula gelatinosa dura (75mg de oseltamivir) e pó para suspensão oral (12 mg/ml de oseltamivir após reconstituição).

Além das apresentações acima citadas está disponível no Estado de São Paulo a solução na concentração de 15 mg/ml  preparada no Hospital das Clínicas da FMUSP de acordo com as especificações do fabricante fornecidas ao Ministério da Saúde.

Categoria terapêutica: Agente Antiviral, Inibidor da Neuraminidase.

Uso: tratamento da doença aguda não complicada causada pelo vírus da influenza (A ou B) em crianças de 1 ano de idade ou mais e adultos sintomáticos há no máximo 2 dias; profilaxia contra infecção causada pelo vírus da influenza (A ou B) em crianças de 1 ano de idade ou mais e adultos.

Advertências e Precauções: ter cuidado em pacientes com comprometimento renal; o ajuste da dose é necessário em pacientes com clearance de creatinina de 10-30 mL/min. Não foi estabelecida a eficácia quando o tratamento é iniciado mais de 40 horas após o inicio dos sintomas ou no tratamento de paciente com doença cardíaca e/ou respiratória crônica.  Não foram estabelecidas a segurança e eficácia do uso em pacientes com comprometimento hepático ou para o tratamento ou profilaxia em pacientes imunocomprometidos. Não foram estabelecidas a segurança e a eficácia em crianças abaixo de 1 ano de idade. Há dados insuficientes em humanos para determinar o risco para a gestante ou para o feto em desenvolvimento, no entanto deve ser observado o Alerta SNVS/Anvisa/Nuvig/GGFarm nº02 de 11/08/09. Presente no leite materno/não recomendado durante a lactação. Observar atentamente a ocorrência de sinais de qualquer comportamento incomum, pois foram relatados eventos neuropsiquiátricos em pacientes pediátricos. O oseltamivir não é um substituto da vacina contra a influenza. O Oseltamivir pode reduzir os níveis e efeitos da Vacina contra o Vírus da Influenza.

Reações adversas:

 > 10%: Gastrintestinais: vômito (2 a 15%); 1 a 10%: Gastrintestinais: náusea (3 a 10%), dor abdominal (2 a 5%)
< 1%: (limitadas a reações importantes ou potencialmente letais): agravamento do diabete, alergia, arritmia, confusão mental, crises convulsivas, dermatite, eczema, edema de face ou língua, eritema multiforme, eventos neuropsiquiátricos (auto-agressão, confusão mental, delírio), hepatite, necrólise epidérmica tóxica, provas de função hepática anormais, rash cutâneo, reação anafilática e/ou anafilactóide, síndrome de Stevens-Johnson, urticária.

Mecanismo de ação: o oseltamivir, uma pró-droga, é hidrolisado na forma ativa, o carboxilato de oseltamivir. Acredita-se que ele inibe a neuraminidase do vírus da influenza, podendo alterar a agregação e a liberação de partículas virais.

Farmacodinâmica e Farmacocinética:

 Absorção: bem absorvido;

 Distribuição: volume médio de distribuição: 23 a 26 litros (carboxilato de oseltamivir);

 Ligação a proteínas, plasma: carboxilato de oseltamivir: 3%; oseltamivir: 42%;

 Metabolismo: hepático (90%), em carboxilato de oseltamivir; nem a droga original, nem o metabólito ativo têm qualquer efeito sobre a CYP;

 Biodisponibilidade: 75% como carboxilato de oseltamivir;

 Meia-vida de eliminação: oseltamivir: 1-3 horas; carboxilato de oseltamivir: 6-10 horas;

 Excreção: urina (> 90% como carboxilato de oseltamivir); fezes.

Posologia:
Tratamento: iniciar o tratamento em até 2 dias após o inicio dos sintomas; duração do tratamento: 5 dias.

 Crianças abaixo de 1 ano (recomendações provisórias para o tratamento de influenza suína − CDC, 2009*e Alerta SNVS/Anvisa/nuvig/GG Farm nº3 de 11/08/09): abaixo de 3 meses: 12 mg - 2 vezes/dia     de 3-5 meses: 20 mg - 2 vezes/dia      de 6-11 meses: 25 mg - 2 vezes/dia

 Crianças: 1 a 12 anos: até 15 Kg: 30mg - 2 vezes/dia; 15-23 Kg: 45mg – 2 vezes/dia
23-40 Kg: 60mg – 2 vezes/dia; Acima de 40 Kg: 75mg – 2 vezes/dia

 Adolescentes (13 anos ou mais) e adultos: 75mg – 2vezes/dia

Profilaxia: iniciar o tratamento em até 2 dias após o contato com um indivíduo infectado; duração do tratamento: 10 dias.

 Crianças abaixo de 1 ano (recomendações provisórias para a quimioprofilaxia de influenza suína − CDC, 2009*): abaixo de 3 meses: não recomendado, a menos que seja clinicamente decisivo de 3-5 meses: 20 mg - 1 vez/dia        de 6-11 meses: 25 mg - 1 vez/dia

 Crianças: 1 a 12 anos: até 15 Kg: 30mg - 1 vez/dia; 15-23 Kg: 45mg – 1 vez/dia; 23-40 Kg: 60mg – 1 vez/dia; Acima de 40 Kg: 75mg – 1 vez/dia

 Adolescentes (13 anos ou mais) e adultos: 75mg – 1 vez/dia

Durante epidemias, a dose é de 75mg - 1 vez/dia. Pode ser utilizado por até 6 semanas; a proteção perdura durante o período de administração.

Ajuste da dose no comprometimento renal:

 Adultos com clearance de creatinina de 10-30mL/min:
Tratamento: reduzir a dose para 75mg - 1 vez/dia por 5 dias
 Profilaxia: 75mg em dias alternados ou 30mg - 1 vez/dia.

 Adultos com clearance de creatinina < 10 mL/min: não há recomendações sobre a administração disponíveis.

Ajuste da dose no comprometimento hepático: não há recomendações sobre a administração disponíveis.

Observação: No Protocolo de Manejo Clínico e Vigilância Epidemiológica da Influenza – versão III de 05/08/09 do Ministério da Saúde consta que: está absolutamente contra-indicado o uso de oseltamivir para quimioprofilaxia em qualquer situação, exceto para: profissionais de laboratório que tenham manipulado amostras clínicas que contenham a nova influenza A (H1N1) sem o uso de Equipamento de Proteção Individual (EPI) ou que utilizaram de maneira inadequada e para os trabalhadores de saúde que estiverem envolvidos na realização de procedimentos invasivos (geradores de aerossóis) ou manipulação de secreções de um caso suspeito ou confirmado de infecção pela nova Influenza A (H1N1) sem o uso de EPI ou que utilizaram de maneira inadequada.

Outras informações: tomar com alimento para melhorar a tolerância. Monitorar sinais e sintomas de comportamento incomum. Notificar eventos adversos ao medicamento (por meio do endereço eletrônico www.cvs.saude.sp.gov.br). Medicamento de dispensação sob prescrição médica.

Referências bibliográficas:

GOLDMAN, M. P.; LACY, C. F.; ARMSTRONG, L. L.; LANCE, L. L. Medicamentos Lexi-Comp Manole. Uma Fonte Abrangente para Médicos e Profissionais da Saúde. 1ª edição. Editora Manole. São Paulo, 2008.

*Centers for Disease Control, “Interim Guidance on Antiviral Recommendations for Patients With Confirmed or Suspected Swine Influenza A (H1N1) Virus Infection and Close Contacts,” April 28, 2009. Available at http://www.cdc.gov/swineflu/recommendations.htm

Site: http://www.anvisa.gov.br/farmacovigilancia/alerta/index.htm - acesso em 12/08/09

 


DÚVIDAS FREQUENTES SOBRE A GRIPE H1N1

 

1) Quanto tempo uma pessoa infectada pode espalhar o vírus a outras pessoas? 

Os adultos infectados com o vírus influenza podem ser capazes de infectar outras pessoas a partir de 1 dia antes de ficar doente até 7 dias depois. As crianças (menores de 12 anos) podem ser capazes de transmitir o vírus 1 dia antes até o 14º dia do início dos sintomas. Este período pode ser maior em algumas pessoas, especialmente crianças e pessoas com sistema imunológico debilitado e em pessoas infectadas com o vírus H1N1.

2) Como se previne a Gripe A?

Vacinação é a principal medida preventiva contra a gripe. Porém, até o momento não se dispõe de uma vacina específica para combater a Gripe A H1N1 responsável pela atual pandemia.

No entanto, medidas preventivas podem reduzir a disseminação da infecção, por pessoas infectadas (ou suspeitas) e por parte de pessoas saudáveis. Entre as medidas recomendadas, estão:

• Adotar cuidados de higiene pessoal, tais como lavar as mãos com água e sabão neutro ou sabonete após contato com objetos e superfícies que possam eventualmente estar contaminados com resíduos de saliva ou secreção nasal, tais como corrimões de escadas, transportes coletivos, etc;

• Higienizar frequentemente as mãos, principalmente antes das refeições, antes de tocar os olhos, boca e nariz e, inclusive após tossir, espirrar ou utilizar o banheiro;

• Evitar tocar mucosas de boca, nariz e olhos;

• Evitar permanência desnecessária em ambientes com aglomeração de pessoas e pouco ventilados;

• Manter os ambientes ventilados;

• Adotar hábitos saudáveis como alimentação equilibrada e descanso diário;

• Usar lenço descartável para higiene nasal;

• Proteger com lenços (preferencialmente descartáveis) a boca e nariz quando espirrar ou tossir;

• Evitar contato muito próximo com pessoas que apresentam os sintomas de gripe.

• Indivíduos que sejam casos suspeitos ou confirmados devem ficar em repouso, utilizar alimentação balanceada e aumentar a ingestão de líquidos.

Observação: recomenda-se que o indivíduo doente com síndrome gripal, se possível, permaneça em domicílio durante 7 dias após o início dos sintomas.

3) Qual é a melhor técnica para lavar as minhas mãos para evitar a gripe?

Lavar as mãos frequentemente.  Lavar com sabão e água limpa ou com produto à base de álcool.  Lavar as mãos com água e sabão por 15 a 20 segundos.  Quando água e sabão, não estão disponíveis, o álcool gel ou toalhetes descartáveis podem ser utilizados.   Se usar gel, esfregue as mãos até secar o gel.

4) Quais os sinais e sintomas que devem ser observados?

Febre superior a 38ºC, tosse e dispnéia, acompanhada ou não de dor de garganta ou manifestações gastrointestinais, aumento da freqüência respiratória (> 25 irpm – incursões respiratórias por minuto), hipotensão em relação à pressão arterial habitual do paciente.

Em crianças, além dos itens acima, observar também: batimentos de asa de nariz, cianose, tiragem intercostal, desidratação e inapetência.

O quadro clínico pode ou não ser acompanhado de alterações laboratoriais (leucocitose, leucopenia ou neutrofilia) e radiológicas/radiografia de tórax (infiltrado intersticial localizado ou difuso ou presença de área de condensação).

Alerta: deve ser dada atenção especial a essas alterações quando ocorrerem em pacientes que apresentem fatores de risco para a complicação por influenza.
 
5) Quais os grupos e fatores de risco para complicações por influenza?

• Idade: inferior a 2 ou superior a 60 anos de idade;

• Imunodepressão: por exemplo, pacientes com câncer, em tratamento para Aids ou em uso regular de medicação imunossupressora;

• Condições crônicas: por exemplo, hemoglobinopatias, diabetes mellitus; cardiopatias, pneumopatias e doenças renais crônicas, doenças metabólicas (diabetes mellitus) e obesidade mórbida (índice de massa corporal > 40).

• Gestação.

Observação: todos os indivíduos que compõem o grupo de risco ou que apresentem fatores de risco para complicações de influenza requerem, obrigatoriamente, avaliação e monitoramento clínico constante de seu médico assistente, para indicação ou não de tratamento com oseltamivir; além da adoção das outras medidas terapêuticas.
Atenção especial deve ser dada às grávidas, independentemente do período de gestação.

6) Quanto tempo pode permanecer viável o vírus influenza em objetos (tais como livros e maçanetas)?

Estudos têm demonstrado que o vírus da gripe pode sobreviver em superfícies ambientais e pode infectar uma pessoa por 2 a 8 horas depois de terem sido depositados na superfície.

7) O que destrói o vírus da gripe?

Sabe-se que o vírus da influenza sazonal é inativado pelo álcool a 70% e pelo cloro.

8) Como fazer no domicílio para prevenir a propagação do vírus da gripe? 

• Para evitar a propagação do vírus da gripe é importante manter as superfícies limpas (principalmente mesas de cabeceira, superfícies no banheiro, cozinha, balcões e brinquedos para as crianças), esfregando-as com um desinfetante doméstico, de acordo com instruções no rótulo do produto;

• Não compartilhar alimentos, copos, toalhas e objetos de uso pessoal;

• Evitar tocar olhos, nariz ou boca;

• Lavar as mão frequentemente com sabonete e água, especialmente depois de tossir ou espirrar;

• Manter o ambiente ventilado;

• Evitar contato próximo com pessoas.

9) A utilização de máscara previne a infecção pelo vírus H1N1?

Os pacientes com suspeita de infecção por influenza A (H1N1) devem utilizar máscara cirúrgica, desde o momento em que for identificada a suspeita da infecção até o encaminhamento para o hospital de referência, quando indicado, desde que a situação clínica do caso permita.

A máscara pode ter sua eficácia comprometida se não for utilizada corretamente. Se o paciente espirrar enquanto usa a máscara, ela ficará úmida e poderá perder a eficácia.

10) Como conservar o oseltamivir?

Após reconstituição, a suspensão oral pode ser conservada abaixo de 25ºC por um período de 10 dias e sob refrigeração (entre 2º e 8 ºC) por um período de 17 dias. (BULA)
Conservar Tamiflu® cápsulas em temperatura ambiente (entre 15º e 30 ºC). (BULA)

Cápsulas: armazenar em temperatura de 25°C. (LEXI-COMP)

Suspensão oral: armazenar o pó para suspensão em temperatura de 25°C. (LEXI-COMP)
Após a reconstituição, armazenar a suspensão sob refrigeração, em temperatura entre 2 a 8°C; não congelar. Utilizar em até 10 dias após a preparação. (LEXI-COMP)

11) O oseltamivir pode ser administrado com outros medicamentos?

O oseltamivir e seu metabólito ativo não são substratos do CYP, apresentam baixa taxa de ligação às proteínas plasmáticas (razão de 40 e 3% respectivamente) e, portanto, não apresentam propriedade teórica de deslocamento de outros fármacos previamente ligados e os estudos realizados confirmaram a ausência deste efeito.

Apenas está documentada a interação medicamentosa com o uso da vacina contra influenza sazonal, cuja resposta imunológica é prejudicada e, portanto, a administração da vacina somente está recomendada após 48 horas do término do tratamento com o oseltamivir. Caso a administração da vacina ocorra em intervalo inferior a 2 semanas anteriormente à administração do oseltamivir poderá ocorrer prejuízo na resposta imunológica decorrente da vacinação.

12) Para quem o Oseltamivir não é indicado?

Oseltamivir não é indicado para pessoas que são alérgicas ao fosfato de oseltamivir, ou qualquer outro componente da fórmula. Antes de iniciar o tratamento com o Oseltamivir, o paciente deverá informar ao profissional de saúde se:

• É alérgico a outros medicamentos;
• Está fazendo uso de algum outro medicamento;
• Está grávida ou pretende engravidar;
• Está amamentando;
• Possui algum tipo de doença no coração, no fígado, nos rins, respiratória, diabetes, ou qualquer outra condição de saúde séria.

13) Como administrar o Oseltamivir?

O Oseltamivir pode ser tomado com ou sem alimento. Há menor chance de desconforto gastrointestinal (enjôo, náuseas, vômito, dor de estômago, diarréia) se administrado com alimentos leves, leite ou alguma refeição. Os pacientes que desenvolvem efeitos colaterais gastrointestinais graves podem reduzir a absorção oral do oseltamivir. Porém, atualmente, não há nenhuma evidência científica para sugerir o aumento da dose ou o tempo de utilização do antiviral, nesta situação.

Se o paciente esquecer-se de tomar uma dose do medicamento no horário certo, deverá tomá-la assim que se lembrar desde que seja até 2 horas antes da próxima dose.

Importante: Não tomar dois comprimidos do medicamento no mesmo horário para compensar um comprimido perdido. Caso o paciente tenha se esquecido de tomar muitos comprimidos, deverá pedir orientação ao seu médico ou farmacêutico.

14) E se o paciente vomitar após tomar o Oseltamivir?

Se ocorrer o vômito até 1 hora após a tomada do Oseltamivir, outra dose deverá ser tomada imediatamente. Caso já tenha passado mais de uma hora, não será necessário tomar o medicamento novamente.

15) O uso de salicilato é indicadosna suspeita de gripe?

Para menores de 18 anos de idade é contra-indicado o uso de salicilatos em casos suspeitos ou confirmados de infecção por vírus influenza, por causa do risco de desenvolvimento da Síndrome de Reye.

16) Por que no Brasil não podemos comprar o oseltamivir nas farmácias?

A responsabilidade pela aquisição e distribuição do oseltamivir no Brasil é do Ministério da Saúde, que efetua a compra do medicamento e distribui para os Estados, que através dos Centros de Vigilâncias Epidemiológicas (CVE) distribuem para os municípios, que se responsabilizam pela dispensação à população.

17) Como proceder quando tem uma funcionária gestante trabalhando no estabelecimento sob a responsabilidade técnica do farmacêutico?

Com fundamento na Resolução SS 123 de 12/08/09 da Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo, recomendamos que:

• Gestantes saudáveis evitem situações que facilitem a exposição ao vírus da influenza, como o contato com pessoas doentes, aglomerações por tempo prolongado, dentre outras.
• Grávidas, apresentando síndrome gripal, procurem imediatamente o médico, preferencialmente aquele que realiza seu acompanhamento pré-natal, para avaliação clínica e indicação de tratamento específico (oseltamivir) e, se necessário, internação.
• Serviços de saúde procedam à transferência temporária da funcionária gestante para outros setores cujas atividades sejam de menor risco, e onde não esteja exposta a pacientes com síndrome gripal.
• Estabelecimentos de ensino (escolas, centros de educação infantil, creches, dentre outros) procedam à transferência temporária das gestantes para setores, dentro desses locais, cujas atividades sejam de menor risco, e onde não esteja exposta a alunos com síndrome gripal.
• E que, na impossibilidade de transferência (referida nos itens anteriores), alternativas legais de afastamento temporário, sejam consideradas junto às interessadas.
• Outros estabelecimentos que possuam funcionárias gestantes adotem medidas para reduzir seu risco de infecção por influenza A (H1N1), minimizando sua exposição a sintomáticos respiratórios e
• Promovendo condições para a adoção de medidas preventivas (higienização das mãos, limpeza e ventilação do ambiente, dentre outras).

18) Devo utilizar máscara para me proteger da Gripe H1N1?

O CRF-SP, com fundamento no Protocolo de Manejo Clínico e Vigilância Epidemiológica da Influenza – versão III de 05/08/09 do Ministério da Saúde, recomenda que:

• A Máscara cirúrgica deve ser utilizada para evitar a contaminação do profissional por gotículas respiratórias, quando o mesmo atuar a uma distancia inferior a 1 metro do paciente suspeito ou confirmado de infecção pelo vírus da influenza.
• A Máscara de proteção respiratória (Respirador Particulado) deve ser utilizada quando o profissional atuar em procedimentos com risco de geração de aerossol nos pacientes com infecção por influenza deve utilizar a máscara de proteção respiratória (respirador particulado) com eficácia mínima na filtração de 95% de partículas de até 0,3μ (tipo N95, N99, N100, PFF2 ou PFF3). São exemplos de procedimentos com risco de geração de aerossóis: a intubação traqueal, a aspiração nasofaríngea e nasotraqueal, broncoscopia, a autópsia envolvendo tecido pulmonar e a coleta de espécime clínico para diagnóstico etiológico da influenza, dentre outros.

A máscara de proteção respiratória deverá estar apropriadamente ajustada à face. A forma de uso, manipulação e armazenamento deve seguir as recomendações do fabricante. Deve ser descartada após o uso.

19) É correto que as emissoras de TV e rádio continuem divulgando propagandas de medicamentos isentos de prescrição indicados para aliviar os sintomas da gripe e resfriado?

Estão suspensas temporariamente, em todo território nacional, as propagandas de medicamentos a base de ácido acetilsalicílico e, também, de medicamentos destinados ao alívio dos sintomas da gripe, como o paracetamol, a dipirona sódica e o ibuprofeno. A Resolução 43/2009 (PDF) da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), publicada no Diário Oficial da União desta sexta-feira (14), é valida para todos os meios de comunicação de massa, inclusive a internet.

A medida da Agência leva em consideração os dados do último Informe Epidemiológico emitido pelo Ministério da Saúde, no dia 11 de agosto, onde se observa que, dos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave notificados e confirmados laboratorialmente para influenza, 77% são causados pelo vírus H1N1. Embora produtos atingidos pela medida tenham sua eficácia e segurança bastante conhecidas e possam ser úteis no tratamento dos sintomas da gripe, a intenção da Anvisa é que o uso desses medicamentos seja absolutamente criterioso, pois pode mascarar sintomas importantes para a realização do diagnóstico preciso de pessoas infectadas pela nova gripe.

A suspensão permanecerá válida enquanto existir situação especial de risco à saúde. A norma suspende, ainda, o uso de qualquer técnica de comunicação para promoção desses medicamentos, inclusive, a presença de propagandistas em estabelecimentos de comércio varejista de produtos farmacêuticos (fonte: http://www.anvisa.gov.br/divulga/noticias/2009/140809.htm)


Endereços com informações específicas:

• Portal com informações sobre influenza do Ministério da Saúde
http://portal.saude.gov.br/portal/saude/profissional/area.cfm?id_area=1534
• Hot site da Anvisa com informações sobre influenza
http://www.anvisa.gov.br/hotsite/influenza/index.htm
• Informações aos viajantes na ANVISA:
http://www.anvisa.gov.br/viajante
• Plano de Preparação para o Enfrentamento da pandemia de influenza:
http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/plano_flu_final.pdf
• Publicações e materiais sobre o tema se encontram no seguinte endereço eletrônico:
http://www.anvisa.gov.br/servicosaude/controle/publicacoes.htm
• Documentos Técnicos e informações gerais sobre a influenza
http://www.cve.saude.sp.gov.br/htm/resp/influa_h1n1.html

Fontes:

I - Protocolo de Manejo Clínico e Vigilância Epidemiológica da Influenza (Atualizado em 05.08.2009) – site: http://portal.saude.gov.br/portal/saude/profissional/area.cfm?id_area=1534 (acesso em 10/08/09);

II - Centers for Disease Control  - site http://www.cdc.gov/h1n1flu/qa.htm (acesso em 07/08/09);

III - GOLDMAN, M. P.; LACY, C. F.; ARMSTRONG, L. L.; LANCE, L. L. Medicamentos Lexi-Comp Manole. Uma Fonte Abrangente para Médicos e Profissionais da Saúde. 1ª edição. Editora Manole. São Paulo, 2008.

IV - Nota técnica sobre nova gripe. Conselho Federal de Farmácia (CFF) e Centro Brasileiro de informações sobre Medicamentos (CEBRIM) – site: http://www.cff.org.br/#[ajax]noticia&id=253 – acesso em 07/08/09)

V - Bula do medicamento Tamiflu – registrado no Ministério da Saúde

Por fim, informamos que no Portal do CRF-SP (www.crfsp.org.br) são divulgadas diariamente informações técnicas e notícias atualizadas sobre a gripe H1N1. Acesse e mantenha-se atualizado.

 
Dra. Raquel Rizzi
Presidente

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