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Revista do Farmacêutico

PUBLICAÇÃO DO CONSELHO REGIONAL DE FARMÁCIA DO ESTADO DE SÃO PAULO
Nº 124 - JAN - FEV / 2016

HOMENAGEM / Dr. João Carlos Grigoli

    

Ao mestre com carinho

Falecido em 2015, o criador do primeiro curso particular de Farmácia do país deixa o legado de uma história exemplar a todos os farmacêuticos

 

A1Há 37 anos, surgia o primeiro curso particular de Farmácia do país. Curso que, até 2015, já formou 4.036 farmacêuticos. Como protagonista desse feito histórico, estava o farmacêutico paulista dr. João Carlos Grigoli, na Universidade do Oeste Paulista, Unoeste, em Presidente Prudente. Nascido em Itajobi, no interior de São Paulo, aos dois anos enfrentou uma dura prova: a poliomielite, doença que foi responsável por inúmeras cirurgias e lhe rendeu um aparelho metálico e uma bengala para o resto da vida.
A dificuldade não o impediu de mudar para Ribeirão Preto para cursar Farmácia e formar-se em 1967. Sua trajetória profi ssional foi marcada pela atuação em Análises Clínicas e o pioneirismo em desbravar novos caminhos começava a fazer parte da sua vida.
Criou o primeiro Laboratório de Análises Clínicas do Hospital e Maternidade Santa Casa de Misericórdia de Presidente Prudente, onde atuou como bioquímico até 1978, quando foi convidado para trabalhar na Associação Prudentina de Educação e Cultura (Apec). Também foi docente na Unesp, campus Presidente Prudente, na faculdade de Agronomia de Paraguaçu Paulista e na Unoeste, nos cursos de Farmácia e Agronomia, além de professor de Química no ensino médio.

O NASCIMENTO DO CURSO

em-aula---CopiaA superação de desafi os sempre foi marca registrada do dr. Grigoli. A paixão pela docência sempre o motivou a ir cada vez mais longeA grande virada profi ssional aconteceu ainda na Apec, atual mantenedora da Unoeste, quando, em 1978, Agripino Lima e Ana Cardoso Lima o convidaram para fundar o curso de Farmácia da instituição com as habilitações em Indústria de Alimentos e Análises Clínicas.
Além desse curso, dr. João Grigoli colaborou com a implantação do curso de Agronomia. Foi diretor da Faculdade de Farmácia e Bioquímica durante 25 anos e docente por mais de 30 anos. Foi responsável por organizar os laboratórios de Central de Soluções e Reagentes, dando apoio técnico e científico. No curso, montou o Laboratório de Análises Clínicas, que recentemente recebeu seu nome, e o Laboratório de Análise de Água.
O altruísmo marcante da sua personalidade o levou à promoção, todos os anos, da campanha do agasalho, tradicional no curso. As roupas eram separadas e enviadas às instituições de caridade.
Permaneceu na Unoeste de 1978 a 2012, quando encerrou as atividades. Faleceu em outubro de 2015 por complicações causadas pelo tratamento quimioterápico contra o câncer.

 

duas-imagens editDr. João Carlos Grigol, como diretor da Unoeste, confere o grau aos formandos. Na foto, entrega o diploma à sobrinha

ESPELHO PARA MUITOS

campanha-do-agasalho---CopiaTodos os anos ele promovia a campanha do agasalho, que virou tradição na universidadeA sobrinha e também farmacêutica, dra. Angélica A. Grigoli Dominato, segue os passos do tio e atua como docente na Unoeste desde 1994. “Ele foi referência de profissional. Um farmacêutico ético, atencioso, sábio, sério, paciente.”
No total, são seis farmacêuticos na família de João Grigoli, sendo que duas sobrinhas foram alunas do curso fundado e dirigido por ele.
A participação no Diretório Acadêmico da Unoeste aproximou o então aluno Décio Gomes de Oliveira do dr. Grigoli. “Descobri um grande amigo, incentivador e que sempre apontava a direção mais correta a ser seguida. A dra. Angélica faz questão de declarar sua admiração e relembrar a infância. “Foi um excelente avô, pai, esposo, filho, tio, irmão, profissional. Muito amado por todos e respeitado na mesma intensidade.
Amava inventar carrinhos e brinquedos de madeira para as crianças. As lembranças mais fortes na convivência familiar está nele sentado ao chão e sempre rodeado pelos sobrinhos, e é claro, inventando algo para brincarmos. Nos ensinou muito em respeitar os deficientes, pois ele, apesar da sua limitação física, tinha muito amor pela vida e foi feliz. Fez a vida toda o que amava: Ensinar a ser feliz”.

Por Thais Noronha

  

 

 

 

 

 

     

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