Para os pesquisadores, muitos médicos prescrevem medicamentos para tratar déficit de atenção sem conhecer de fato o problemaSão Paulo, 4 de maio de 2011.
Um estudo feito por psiquiatras e neurologistas da Universidade de São Paulo (USP), Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Instituto Glia de Pesquisa e Neurociência e do Albert Einstein College of Medicine (EUA) apontou que quase 75% das crianças e dos adolescentes brasileiros que utilizam medicamentos para tratar déficit de atenção não tiveram diagnóstico correto. A informação foi publicada em reportagem da edição de 3 de maio (terça-feira) da Folha de S. Paulo.
A pesquisa, que será apresentada no 3º Congresso Mundial de TDAH (transtorno de déficit de atenção e hiperatividade), que acontece no fim do mês na Alemanha, colheu dados de 5.961 jovens de 4 a 16 anos, em 16 estados brasileiros e do Distrito Federal.
Por meio de questionários aplicados em pais e professores desses jovens, e depois comparados aos relatos dos pais sobre o diagnóstico que seus filhos receberam de outros profissionais, os especialistas concluíram que somente 23,7% dos pacientes avaliados tinham o transtorno. E, dos que faziam uso do medicamento para tratar o déficit de atenção, apenas 27,3% sofriam desse mal.
Na reportagem da Folha, o neurologista Marco Antônio Arruda, coautor do estudo e diretor do Instituto Glia, afirmou que a pesquisa demonstra que há muitos médicos prescrevendo medicamentos para o déficit de atenção sem conhecer de fato o problema.
O medicamento citado no estudo é o metilfenidato, substância que age sobre o sistema nervoso central. Entre os efeitos colaterais causados por ela estão taquicardia, perda do apetite e o desenvolvimento de quadro bipolar ou psicótico em pessoas com predisposição.
Assessoria de Comunicação CRF-SP
(com informações do jornal Folha de S. Paulo)
