Essas entidades não estão preocupadas com a saúde da população, mas somente com interesses puramente comerciais. Deixar os medicamentos atrás do balcão para que o farmacêutico possa identificar, controlar e ainda orientar o paciente sobre a utilização correta e assim evitar as constantes intoxicações, automedicação e problemas relacionados ao uso indevido, como determina a RDC, para a Abrafarma e a ABCFarma é muito menos relevante do que a suposta diminuição nas vendas e a perda dos espaços comerciais, comprados pelas indústrias farmacêuticas em farmácias e drogarias.

A Abrafarma não quer cumprir a determinação da Anvisa que beneficia o consumidor. O objetivo da Anvisa apoiado pelo CRF-SP e por um grande número de farmácias e drogarias é garantir o direito do consumidor de receber informações precisas dos farmacêuticos sobre o uso correto de cada medicamento, além de coibir a venda inescrupulosa de produtos que em nada estão relacionados a um estabelecimento de saúde, como bebida alcoólica e outros exemplos inadmissíveis.

 Não há como pressupor que todas as pessoas têm conhecimento sobre possíveis interações medicamentosas e também ao risco que estão expostas ao consumidor. Por exemplo: uma mulher que faz uso de anticoncepcional deve ter cautela ao tomar antibióticos e antifúngicos, pois alguns reduzem a eficácia das pílulas. O tão famoso e acessível ácido acetilsalicílico aumenta o risco de sangramentos no estômago em pacientes com diagnóstico de gastrite. O farmacêutico é o profissional capacitado e detentor dessas e de mais informações que podem evitar riscos à saúde e até mortes.

A população deve ter a consciência de que é um direito ser atendida e orientada por um farmacêutico, já que esse serviço está implícito no preço do medicamento. Não se trata de impedir o acesso aos medicamentos isentos de prescrição, o consumidor terá todo o direito de continuar a comprar o medicamento que prefere, com o diferencial de que será orientado pelo farmacêutico e evitar problemas maiores pelo desconhecimento.

Um dos principais benefícios da RDC está na fidelização do cliente pela qualidade dos serviços prestados e não por descontos em medicamentos. Neste aspecto a micro e pequena empresa será beneficiada, pois atualmente, a concorrência se fundamenta apenas nos preços, o que garante vantagem apenas as redes, por comprarem direto dos fabricantes, em grande quantidade e, portanto, tem a possibilidade de negociar valores menores. 

Enquanto entidades com interesses econômicos e prejudiciais à saúde pública insistirem em privar a população de medidas benéficas, o CRF-SP continuará orientar, inclusive judicialmente, e a defender um estabelecimento de saúde, desprovido de aspectos comerciais e estritamente tendenciosos.

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