A medicina antroposófica segue a mesma linha. As consultas abordam os hábitos e a história de vida de cada um, além das queixas do paciente. Juntamente com os exames clínicos, esses aspectos são importantes para que o médico possa escolher o tratamento adequado, que pode ser feito com uso de medicamentos, exercícios, orientações e terapias complementares.

 Na acupuntura, uma das técnicas terapêuticas da medicina chinesa, o especialista procura restabelecer o equilíbrio energético do indivíduo. O tratamento se baseia no diagnóstico de uma desarmonia, considerando fatores como herança genética, emoções, fatores climáticos naturais ou artificiais e hábitos de vida, como alimentação, exercícios, trabalho etc.

 Outra técnica da medicina chinesa que está fazendo a cabeça dos moradores de Belo Horizonte é o lian gong, uma espécie de ginástica terapêutica, focada, principalmente, na prevenção e alívio de dores. Em toda a cidade, já existem 5 mil adeptos da terapia, que, segundo os especialistas, se adapta a qualquer pessoa, de qualquer idade e que pode ser feita coletivamente. Um exercício democrático e focado na promoção de saúde, como explica Vera Regina Guimarães, coordenadora do programa.

 Como técnica da medicina chinesa, o exercício trabalha o corpo sob a perspectiva de que as doenças são o resultado de emoções mal-administradas e de tensões corporais que atrapalham o fluxo energético do organismo. Pode ser considerada uma espécie de acupuntura. A diferença é que ela estimula os meridianos de dentro para fora.

 Acupuntura

 A acupuntura é uma das técnicas terapêuticas da medicina chinesa, que inclui outras terapias como fitoterapia, exercícios terapêuticos, massagem etc. Para a medicina chinesa, toda enfermidade se origina da desarmonia da energia orgânica, chamada Qi. O tratamento se baseia no diagnóstico dessa desarmonia e, com a técnica terapêutica escolhida, o médico restabelece a harmônica circulação do Qi. O diagnóstico da doença é um panorama desse desequilíbrio energético. Porém, sua causa é sempre resultado da combinação de fatores da herança genética, das emoções, fatores climáticos naturais ou artificiais e de nossos hábitos de vida, como alimentação, exercícios, trabalho etc. Um dos métodos para se fazer a diferenciação de síndromes é seguindo os princípios do yin e yang. Assim, classificam-se os desequilíbrios em yin/yang, externo/interno, frio/calor, excesso/deficiência.

 Como a acupuntura depende da condição da energia existente no paciente, duração e tipo de patologia (funcional ou lesional), não há uma regra fixa para o número e frequência de sessões necessárias para o tratamento. As sessões podem ser diárias, semanais, quinzenais ou mensais e o tratamento pode durar de semanas a anos, conforme a evolução do paciente.

 No tratamento das doenças crônicas como diabetes, hipertensão, depressão, ansiedade, compulsões, doenças da tireoide, transtornos do climatério e outras, a acupuntura pode atuar como único tratamento ou como coadjuvante de outras terapias. Ela é especialmente efetiva para tratamento de dores como as associadas à enxaqueca, à artrose, à fibromialgia, às tendinites, às lombalgias, às nevralgias etc.

 Homeopatia

 Foi o médico alemão Samuel Hahnemann (1755-1843) quem resgatou o que já era postulado pela medicina hipocrática, o princípio da cura pelo semelhante: o que é causado por uma determinada substância, ou seja, os sintomas que aparecem a partir de seu uso, também é curado por ela. A homeopatia se desenvolveu inicialmente na Europa, com Hahnemann formando discípulos e seguidores que, por sua vez, fundaram escolas de homeopatia. No Brasil, chegou pelas mãos de Benoit Mure, um francês, depois de ter sido curado de tuberculose por um tratamento homeopático.

 Sua entidade médica representativa nacional, a Associação Médica Homeopática Brasileira (AMHB) é ligada à Associação Médica Brasileira (AMB). Também nas áreas de farmácia, odontologia e veterinária são marcantes os desenvolvimentos profissional, científico e institucional. Em Minas Gerais, destacam-se as seguintes instituições de ensino e promoção da homeopatia: Associação Médica Homeopática de Minas Gerais – AMHMG (federada da AMHB), Instituto Mineiro de Homeopatia – IMH, Escola Mineira de Homeopatia e o Instituto Sul-Mineiro de Homeopatia.

 Os medicamentos vêm dos três reinos da natureza: mineral, vegetal e animal. As substâncias são diluídas e submetidas a um processo farmacêutico especial chamado dinamização (sucussões seriadas nos frascos-diluição), que desenvolve sua força curativa, sendo então preparados em forma líquida, glóbulos, comprimidos ou pó.

 Medicina antroposófica

 A palavra antroposofia vem do grego anthropos (homem) e sophia(sabedoria) e quer dizer a “sabedoria a respeito do homem”. Segundo a antroposofia, o ser humano está intimamente ligado à natureza e aos seus elementos, constituindo juntos um organismo complexo e harmônico. Está presente no Brasil há aproximadamente 60 anos. Em 1993, foi reconhecida pelo Conselho Federal de Medicina como prática médica na área da clínica médica.

 Uma das grandes contribuições da antroposofia para a medicina e a psicologia é o aprofundamento do estudo das leis biográficas. Se observarmos o processo de desenvolvimento do ser humano, vemos que ele se dá em ciclos de sete anos, marcados por acontecimentos significativos no campo biológico ou psicológico.

 A medicina antroposófica oferece muitas possibilidades de abordagem: terapêutica medicamentosa, aplicações externas, banhos terapêuticos, massagem rítmica, terapia artística, euritmia, quirofonética, cantoterapia e terapia biográfica. A escolha do medicamento ou da terapia se baseia no diagnóstico complementar/antroposófico sobre o tipo de desequilíbrio em questão. Algumas substâncias da natureza ou processos terapêuticos atuam mais sobre a vitalidade, outros sobre a astralidade. É sempre possível associar a terapêutica convencional/alopática, quando necessário. Um dos benefícios observados na medicina antroposófica é a redução do uso dos medicamentos alopáticos.

Fonte: Estado de Minas - Belo Horizonte

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