CRF-SP relembra a trajetória da freira baiana conhecida como a “Mãe dos Pobres” e que era oficial de Farmácia

 

São Paulo, 7 de março de 2023

A biografia inspiradora da freira brasileira Maria Rita de Souza Brito Lopes Pontes, a Irmã Dulce, é notória para boa parte dos brasileiros que conhecem sua história de dedicação à saúde dos menos favorecidos, tendo, inclusive, ajudado a erguer um gigantesco complexo de saúde e assistência social em Salvador (BA), que funciona até hoje.

O que poucos sabem é que, ao longo de sua jornada de fé e filantropia, a religiosa se dedicou ao ofício da Farmácia, tendo obtido o Certificado de Habilitação como Oficial de Farmácia em 1941 da Secretaria de Educação e Saúde do Estado da Bahia, lembrando que a legislação que cria o Conselho Federal e os Conselhos Regionais de Farmácia data de 1960.

Irmã Dulce era devotada desde a infância aos pobres e doentes. Durante toda sua vida atuou como oficial de Farmácia em paralelo aos múltiplos trabalhos de assistência aos desvalidos que a faziam desempenhar, entre tantos outros, o papel de administradora, enfermeira, “Mãe dos Pobres” e consoladora dos aflitos.

Irmã Dulce é apontada como uma das mais importantes, influentes e notórias ativistas humanitárias do século XXIrmã Dulce é apontada como uma das mais importantes, influentes e notórias ativistas humanitárias do século XX

Aos 21 anos iniciou o trabalho de assistência à comunidade carente, sobretudo nos Alagados, conjunto de palafitas localizado na parte interna do bairro de Itapagipe, na capital baiana. Uma de suas maiores contribuições na área da saúde foi a construção de um dos maiores hospitais da Bahia a partir de um simples galinheiro. Hoje, as Obras Sociais Irmã Dulce realizam 3,5 milhões de atendimentos ambulatoriais por ano a usuários do Sistema Único de Saúde (SUS).

O reconhecimento no meio farmacêutico ocorreu há 11 anos, quando o Conselho Federal de Farmácia (CFF) concedeu à Irmã Dulce a Ordem do Mérito Farmacêutico Internacional, a mais alta homenagem da entidade. Na ocasião, também lhe foi entregue (in memoriam) a Comenda do Mérito Farmacêutico. A então superintendente das Obras Sociais Irmã Dulce, Maria Rita Pontes, recebeu a homenagem póstuma.

Por sua dedicação aos pobres e doentes, foi indicada ao Prêmio Nobel da Paz.Faleceu em 13 de março de 1992, aos 77 anos, de causas naturais.

Certificado de Habilitação de Oficial de Farmácia emitido em 1941 pela Secretaria de Educação e Saúde do Estado da Bahia (reprodução do livro 'Além da Fé - A vida de Irmã Dulce', editora Irmabem)Certificado de Habilitação de Oficial de Farmácia emitido em 1941 pela Secretaria de Educação e Saúde do Estado da Bahia (reprodução do livro 'Além da Fé - A vida de Irmã Dulce', editora Irmabem)

De oficial de Farmácia à primeira santa do Brasil

 

Caixa de medicamentos administrados por Irmã Dulce que faz parte do acervo do Memorial da Santa Irmã Dulce dos Pobres, em SalvadorCaixa de medicamentos administrados por Irmã Dulce que faz parte do acervo do Memorial da Santa Irmã Dulce dos Pobres, em Salvador

Em 2000, recebeu do então Papa João Paulo II o título de “Serva de Deus”. Foram mais de cinquenta anos dedicados a prestar assistência aos doentes, pobres e necessitados. Em 2001, foi eleita “a religiosa do século XX”, em uma eleição que foi publicada pela revista Isto É.

Em outubro de 2010, o Vaticano confirmou um milagre atribuído à religiosa baiana: a recuperação de uma mulher desenganada depois de intensa hemorragia no parto.

Posteriormente, foi beatificada pelo Papa Bento XVI, no dia 10 de dezembro de 2010, passando a ser reconhecida com o título de “Bem-aventurada Dulce dos Pobres“. A cerimônia de beatificação foi realizada em Salvador, dia 22 de maio de 2011, e presidida pelo arcebispo emérito de Salvador, Dom Geraldo Magela Agnelo, enviado do Papa Bento XVI.

Em 2012, foi eleita um dos 12 maiores brasileiros de todos os tempos em pesquisa feita pelo SBT, para eleger a personalidade que mais contribuiu para o país.

Em 2014, o governador da Bahia instituiu por decreto a data de 13 de agosto como o Dia Estadual em Memória à Bem-Aventurada Dulce dos Pobres.

No dia 14 de maio de 2019, o Vaticano reconheceu o segundo milagre da Irmã Dulce, tornando-a primeira santa nascida no Brasil. O milagre teria ocorrido com uma pessoa cega que pediu ajuda à Irmã Dulce e afirma ter acordado enxergando.

Irmã Dulce foi uma das mais importantes, influentes e notórias ativistas humanitárias do século XX. Suas grandes obras de caridade são referência nacional e ganharam repercussão pelo mundo. Seu nome é sempre relacionado à caridade e ao amor ao próximo – o complexo hospitalar fundado pela religiosa se tornou referência na assistência à população carente e registra hoje uma média de 18 mil internações, 12 mil cirurgias e 3,5 milhões de atendimentos ambulatoriais anuais.

 

Renata Gonçalez (Fontes: irmadulce.org.br, jornal O Povo e portal do Hospital do Coração)

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