Doença é assintomática e acomete principalmente mulheres pós-menopausa e idosos 

São Paulo, 11 de outubro de 2022. 

No mês em que é alusivo ao Dia Mundial do Idoso (1º/10) e ao Dia Mundial e Nacional da Osteoporose (20/10), o CRF-SP alerta sobre a importância da prevenção, suplementação adequada e, principalmente, orientação farmacêutica. De acordo com a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), a osteoporose é uma doença crônica que ocorre quando há um enfraquecimento progressivo da massa óssea. O principal objetivo da prevenção e do tratamento é evitar fraturas, que ocorrem mais comumente em locais como coluna, punho, braço e quadril.

Também de acordo com a SBEM, nos idosos, a osteoporose pode levar a complicações sérias como dores crônicas, dificuldades para locomoção e diminuição da qualidade de vida. Idosos, principalmente mulheres pós-menopausa, são os que mais sofrem da osteoporose. Além da idade avançada, outros fatores de risco são histórico familiar, dieta pobre em cálcio e vitamina D, fumo, álcool, vida sedentária e deficiência hormonal.

O recente levantamento realizado pela Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) aponta que pessoas com 60 anos ou mais representam 14,7% da população no Brasil em 2021, ou seja, 31,23 milhões de pessoas. Nos últimos nove anos, a população de idosos no Brasil aumentou 39,8%.

Segundo o Dr. Gustavo Alves Andrade dos Santos, coordenador do Grupo Técnico de Trabalho (GTT) Cuidado Farmacêutico ao Idoso do CRF-SP, geralmente a osteoporose é assintomática e diagnosticada somente após a ocorrência de fraturas e dos sintomas a elas associados como dores nas articulações e nos ossos, ou a realização de densitometria óssea. “A história clínica e o exame físico podem ser essenciais para a identificação de fatores de risco predisponentes à perda de massa óssea para a sua prevenção. Vale salientar que a ocorrência de fraturas devida à osteoporose pode resultar em impactos em termos de saúde e qualidade de vida, bem como o aumento da morbimortalidade e dos custos em saúde pública”.

Dr. Gustavo Alves, coordenador do GTT Cuidado Farmacêutico ao Idoso do CRF-SPDr. Gustavo Alves, coordenador do GTT Cuidado Farmacêutico ao Idoso do CRF-SP

Principais fatores de risco

Dr. Gustavo destaca que diversos fatores de risco podem estar envolvidos na fisiopatologia da Osteoporose, são eles: sexo feminino, uso de medicamentos que induzem a perda de massa óssea, idade avançada em ambos os sexos (aumento de perda óssea), uso de corticoides, tabagismo, sedentarismo, alcoolismo, entre outros.

“Com o avançar da idade, a má absorção de cálcio pode se tornar presente, devido à queda de 25(OH) D, secundárias à redução da exposição ao sol e da piora do metabolismo deste por declínio da função renal. Também vale destacar que os receptores de vitamina D encontram-se diminuídos na mulher idosa e na pós menopausa, e que a sua síntese cutânea se torna menor devido ao envelhecimento da pele, reduzindo a absorção de cálcio no tubo digestivo e o seu transporte até os ossos. O cálcio e a vitamina D são considerados os nutrientes mais importantes na formação e manutenção da massa óssea”.

Suplementação de cálcio e vitamina D

Ele complementa sobre os riscos da falta de vitamina D e cálcio. Considerando que o cálcio desempenha papel essencial na homeostase óssea (formação e manutenção da massa óssea), sendo a vitamina D responsável pela sua absorção intestinal e transporte até os ossos, sabemos que a manutenção de níveis inadequados de vitamina D podem estar associadas à perda significativa de densidade mineral óssea e fraturas.

A suplementação de cálcio e vitamina D está presente em boa parte dos esquemas para tratamento de osteoporose, sendo o primeiro, o nutriente essencial para o alcance de picos de massa óssea quando em níveis adequados.

O farmacêutico poderá atuar no acompanhamento do uso de Vitamina D3 O farmacêutico poderá atuar no acompanhamento do uso de Vitamina D3

A reposição de cálcio deverá ser feita idealmente através da dieta e complementada com cálcio por via oral em caso de ingesta insuficiente. Neste cenário, o uso de Carbonato de cálcio poderá ser prescrito pelo médico responsável e substituído por citrato de cálcio por exemplo em casos de constipação, acloridria, cirurgia gástrica, entre outros. Questões relacionadas à segurança do uso de carbonato de cálcio não foram confirmadas, mas reforçam a importância da suplementação principal via dieta.

A reposição de vitamina D3 também deverá ser avaliada após a obtenção do nível sérico para redução dos riscos de intoxicação, considerando as necessidades de cada paciente, visto que a sua síntese via exposição solar é reduzida com o envelhecimento.

Outras classes de medicamentos podem ser necessárias para o tratamento farmacológico da osteoporose e prevenção de fraturas.

Papel e importância do farmacêutico

Neste contexto, o farmacêutico poderá atuar no acompanhamento do uso de Vitamina D3 com relação à dose, tempo de uso de cada posologia e sinais e sintomas de intoxicação. O coordenador do GTT ressalta que com relação ao cálcio, o farmacêutico poderá auxiliar no monitoramento de constipação associada ao uso de carbonato de cálcio, por exemplo, intervindo junto ao médico responsável em caso de necessidade de ajuste, além de reforçar a importância da administração junto às refeições para melhor efeito.

Com relação aos bifosfonatos, classe de medicamento comumente utilizada para o tratamento da osteoporose, poderá orientar e monitorar o uso da maneira correta como a administração em jejum, com quantidade suficiente de água, além de permanecer sentado ou em pé por 30 minutos de modo a evitar a irritação gástrica, além do intervalo entre as doses adequado (semanal ou mensal, por exemplo).

Também é importante destacar que o acompanhamento do uso de medicamentos relacionados a causas secundárias de osteoporose e a realização de exames periódicos para rastreio, bem como a adoção de medidas preventivas é essencial para a redução dos riscos de fraturas.

Calcule o seu risco de desenvolver osteoporose através do teste Frax: https://abrasso.org.br/calculadora/calculadora/

Confira o folder “Aprenda sobre quedas” e saiba mais como evitar o risco

 

Fontes:

Pereira, SRM; Mendonça, LMC. Osteoporose e Osteomalácia. In: Tratado de Geriatria e Gerontologia. p 1400-1424

Radominsky SC et al. Diretrizes brasileiras para o diagnóstico e tratamento da osteoporose em mulheres na pós-menopausa. Revista Brasileira de Reumatologia, 2017; 57(S2):S452–S466.

Pedro, AO; Plapler, PG; Szejnfeld, VL. Manual brasileiro de osteoporose: orientações práticas para os profissionais de saúde. 1. ed. -- São Paulo: Editora Clannad, 2021.

Ministério da Saúde. Secretaria de atenção à saúde. Portaria nº 451, de 9 de junho de 2014 -  Aprova o Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas da Osteoporose.

 

Thais Noronha

Departamento de Comunicação CRF-SP

CLIQUE AQUI PARA CONSULTAR OUTRAS NOTÍCIAS


Fique atualizado sobre capacitações e informativos importantes do CRF-SP. Participe do canal de Telegram e mantenha-se informado!
https://t.me/crfsp_cursosenoticias

 

Conteúdo acessível em libras usando o VLibras Widget com opções dos Avatares Ícaro ou Hozana. Conteúdo acessível em libras usando o VLibras Widget com opções dos Avatares Ícaro ou Hozana.