Medicamento substitui em parte a aplicação de injeção

Aparelho para insulina inalável.Aparelho para insulina inalável.

São Paulo, 4 de junho de 2019

A Anvisa aprovou no Brasil a Afrezza, uma insulina inalável que pode substituir, parcialmente, as injeções diárias em diabéticos. O medicamento, fabricado pela Biomm e MannKind Corporation, tem ação rápida.

Esse tipo de insulina é geralmente usado antes das refeições para equilibrar a quantidade de insulina na corrente sanguínea após a ingestão de alimentos e deve ser utilizado junto com insulinas de ação lenta, conhecidas como basais, que mantêm o controle da glicose em períodos mais longos, como a madrugada.

Aparelho para insulina inalável.Aparelho para insulina inalável.

Em entrevista à Folha de S. Paulo, João Salles, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), afirma que a nova droga pode fazer com que pacientes cansados de picadas — as versões atuais de insulina são injetáveis— sigam o tratamento com mais atenção e de modo mais correto. "A prandial [insulina de ação rápida] deve ser usada no mínimo três vezes ao dia. Alguns pacientes não aplicam, principalmente os com diabetes tipo 2", diz Salles.

Um dos pontos que diferencia o Afrezza das atuais insulinas prandiais injetáveis, segundo o farmacêutico da Biomm, Ciro Massari, é a menor possibilidade de hipoglicemias horas após a administração da droga.

Outro diferencial, diz Salles, é a velocidade de ação do medicamento. Enquanto nas insulinas injetáveis o efeito começa a surgir em cerca de 15 minutos e os níveis máximos de hormônio na corrente sanguínea ocorrem em 1h, com o Afrezza o pico de ação já ocorre nos primeiros 15 minutos após a administração.

Aparelho para insulina inalável.Aparelho para insulina inalável.

Para usar a nova insulina, os pacientes deverão fazer um exame anual, chamado espirometria, para constatar a capacidade pulmonar. Segundo Salles, a limitação das dosagens disponíveis do novo medicamento —quatro, oito ou 12 unidades a serem administradas de uma vez— também pode ser, em alguns casos, uma desvantagem, pois limita o potencial de mudança de dose. Nos injetáveis é possível, dependendo do paciente, mudar as dosagens aplicadas de acordo com a alimentação do momento. A insulina inalável não deve ser usada por fumantes e por pessoas com problemas pulmonares crônicos. Os especialistas afirmam que, nesses casos, o medicamento não trará o efeito desejado, o que, a longo prazo, pode significar complicações por descontrole da diabetes.

 

Departamento de Comunicação CRF-SP (Fonte: Folha de S. Paulo)

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