Artigo atesta qualidade de produto magistral

 

Trabalho publicado em periódico científico avalia e aprova filmes orodispersíveis, além de oferecer subsídios para manipulação da nova forma de veiculação de ativos

Trabalho publicado em periódico científico avalia e aprova filmes orodispersíveis, além de oferecer subsídios para manipulação da nova forma de veiculação de ativosTrabalho publicado em periódico científico avalia e aprova filmes orodispersíveis, além de oferecer subsídios para manipulação da nova forma de veiculação de ativos

São Paulo, 3 de abril de 2023.

Em fevereiro deste ano, um trabalho de conclusão de curso da farmacêutica de Diana Alves de Oliveira, da Universidade São Judas Tadeu (USJT), que objetivou desenvolver e avaliar filmes orodispersíveis, empregando melatonina como fármaco modelo, foi publicado no Brazilian Journal of Development, importante periódico de divulgação de artigos científicos. A técnica avaliada no artigo foi desenvolvida pelo professor e pesquisador, Dr. Luis Antônio Paludetti.

“O trabalho em questão foi um dos primeiros a avaliar esta forma alternativa feita na área magistral, objetivando respaldar este tipo de preparação, a técnica desenvolvida e oferecer subsídios e informações relevantes aos farmacêuticos magistrais. O projeto teve um tempo aproximado de quatro meses de execução”, disse Dr. Marco Aurélio Lamolha, que ao lado da Dra. Leila Alves de Senna, ambos docentes dos Núcleo de Estudos Farmacêticos da USJT, orientaram o trabalho acadêmico.

Os filmes orodispersíveis (FOD’s) são formas farmacêuticas alternativas com grande potencial terapêutico e mercadológico constituídas por polímeros hidrossolúveis que, administrados sobre a língua ou na cavidade oral, se hidratam rapidamente na saliva, liberando o fármaco sem a necessidade de administração de água ou mastigação. Foram recentemente introduzidos no mercado magistral nacional por meio da adaptação do método solvent casting, com ou sem o emprego de um laminador.Dr. Marco Aurélio Lamolha, docente e orientador da USJTDr. Marco Aurélio Lamolha, docente e orientador da USJT

O trabalho em questão avaliou um dos processos de obtenção dos filmes orodispersíveis, além de oferecer subsídios para auxiliar os farmacêuticos magistrais no desafio de manipular esta nova forma de veiculação de ativos. Os filmes atenderam aos requisitos estabelecidos pelos códigos farmacêuticos oficiais europeu e americano para comprimidos orodispersíveis e o processo avaliado demonstrou ser de fácil execução, bastante reprodutível e sem a necessidade de um grande tempo de aprendizado e experiência por parte do manipulador.

“Nos últimos anos, tenho desenvolvido projetos de pesquisa sempre voltados para a área magistral. Esta linha de pesquisa com filmes e comprimidos orodispersíveis apresenta-se em pleno andamento e esperamos em breve trazer novas e relevantes contribuições neste sentido”, completou o Dr. Marco Aurélio Lamolha.

Técnica bem sucedida

Dr. Luis Antônio Paludetti, autor do projetoDr. Luis Antônio Paludetti, autor do projeto

O desenvolvimento de uma base galênica para o preparo de filmes orodispersíveis foi iniciada em 2017, como conta o Dr. Luis Antônio Paludetti, autor do projeto. Ele relata que a técnica então disponível requeria alto investimento em equipamentos, com custos de aquisição de matérias primas grandes, farmacotécnica complicada e com tempo de preparo que não atendia às necessidades da farmácia magistral moderna, além de o produto final apresentar dificuldades de acondicionamento com boa estabilidade.

“Depois de ler algumas dezenas de artigos científicos, consegui chegar a uma possível formulação e uma técnica de preparo baseada em moldagem. Executamos incontáveis testes com variadas formulações-piloto da base e protótipos dos moldes, até que em agosto de 2019 chegamos ao formato atual: uma base galênica para o preparo de filmes orais e vaginais denominada Polifil, combinada com uma farmacotécnica de preparo tão simples como fazer um xarope, usando equipamentos e insumos amplamente disponíveis, aliados a um sistema de acondicionamento eficiente e acessível”, descreveu o autor.

A partir de então, Dr. Paludetti iniciou a qualificação dos farmacêuticos para o preparo dessa forma farmacêutica e criou um curso online de 14 horas/aula, que já habilitou mais de 700 alunos. “Agora, após seis anos do início do desenvolvimento e três anos de atuação no mercado, fomos coroados com o brilhante trabalho coordenado pelo Prof. Dr. Marco Aurélio Lamolha, que atesta a qualidade deste nosso desenvolvimento para o preparo de filmes contendo melatonina”, comemorou.

Para o pesquisador, o sucesso do seu trabalho foi muito gratificante, pois, antes da inovação, poucas farmácias podiam executar a técnica do filme orodispersível e agora, mais farmácias podem manipular e atender prescrições, levando à população praticidade, portabilidade e mais rapidez no início da ação farmacológica e terapêutica

Para o Dr. Paludetti, seus novos desafios são de adequação e ajuste do produto. “Já estamos introduzindo a base Polifil P, que é uma base que já vem pronta para usar, basta o colega farmacêutico pesar a base e incorporar o ativo, moldando em seguida. Também foram desenvolvidos novos sistemas de acondicionamento que permitem agora que o material de moldagem já seja em si só a embalagem primária do filme, facilitando e tornando o processo ainda mais prático e acessível. Também estamos em fase final de desenvolvimento de filmes transdérmicos, que ampliarão ainda mais as ferramentas terapêuticas disponíveis”, concluiu.

 

Carlos Nascimento
Departamento de Comunicação CRF-SP

 

 

 

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